Coreia do Sul desiste de suspender importação de carne brasileira, diz Temer
O presidente Michel Temer disse hoje (21) que foi informado de que a Coreia do Sul voltou atrás na decisão de suspender a importação de carne brasileira em função das denúncias apontadas pela Operação Carne Fraca, de irregularidades na fiscalização de frigoríficos. A operação foi deflagrada na sexta-feira (17) e, segundo o presidente, o resultado causou “embaraços” fora do país.
“Evidentemente isso [irregularidades apontadas pela Operação Carne Fraca] causa embaraço fora do país. Alguns pensam ou pensaram em suspender [a importação de carne brasileira]. Hoje tive uma boa notícia, que a Coreia do Sul, que antes havia pensado em suspender, hoje eliminou a suspensão. Exata e precisamente, penso eu, em função da pronta resposta e dos esclarecimentos das autoridades brasileiros”, disse o presidente. Ele disse ainda que não tem todos os detalhes da nova posição do governo sul-coreano.
Durante discurso de abertura da Conferência das Cidades Latino-Americanas 2017, em Brasília, o presidente destacou que já determinou a criação de uma força-tarefa para apurar as irregularidades e lembrou das medidas já adotadas para evitar prejuízos ainda maiores para a economia. “Os funcionários [denunciados] ontem mesmo foram dispensados pelo ministro da agricultura, Blairo Maggi”.
Temer citou novamente números que, segundo ele, dão a real dimensão dos problemas apontados pela operação da Polícia Federal: “Temos cerca de 4.383 plantas frigoríficas. Destas, apenas três tiveram suas atividades suspensas em face das investigações; e 19 são objeto de investigação. O ministério tem 11.300 servidores e apenas 30 são investigados. Parte deles, já demitida”, reiterou o presidente.
Além disso, acrescentou ele, “nesses últimos seis meses tivemos 860 mil partidas de proteínas animais para o exterior. Apenas 184 foram reavaliadas, não por questões sanitárias mas por problemas de embalagem e coisas do tipo”, completou.
A Conferência das Cidades Latino-Americanas 2017 reúne em Brasília autoridades, investidores, executivos de empresas para debater as perspectivas brasileiras em relação à economia, ao comércio, à infraestrutura e à agenda de investimento.