Brasil

Greve geral: Ônibus e trens não funcionam em SP; operação do metrô é parcial

PROTESTO-300x229 Greve geral: Ônibus e trens não funcionam em SP; operação do metrô é parcial

Ônibus e trens não operam e o metrô funciona parcialmente neste início de sexta-feira (28) na capital paulista em razão da greve geral convocada para todo o país contra as reformas trabalhista e da Previdência. O rodízio municipal de veículos está suspenso.

No metrô, apenas a linha 4-amarela, operada pela empresa privada ViaQuatro e que liga as estações Luz e Butantã, está funcionando normalmente. Não há, porém, integração com as demais linhas vermelha e verde do metrô nem com as linhas de trem.

Todas as linhas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) estão paradas. À rádio BandNews FM, o superintendente da CPTM, Sérgio de Carvalho, disse que não há expectativa de elas voltarem a funcionar em algum momento do dia.

Além disso, a operação Paese também não pôde ser colocada em prática por falta de funcionários.

Em algumas regiões da cidade, como na zona oeste, há circulação de micro-ônibus de algumas cooperativas de transporte coletivo. Também há alguns ônibus intermunicipais da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo) circulando.

O secretário de Transportes de São Paulo, Sérgio Avelleda, disse não haver perspectiva de retorno da circulação dos ônibus e pediu para que as pessoas se mobilizem e tentem se locomover por meio de carona. Ainda segundo ele, às 6h, a cidade já registrava 28 quilômetros de congestionamento, acima da média para o horário.

Aeroportos

Janaina Garcia/UOL

28abr2017---manifestantes-da-forca-sindical-e-de-movimentos-de-moradia-fazem-protesto-no-aeroporto-de-congonhas-durante-dia-de-greve-geral-1493366859684_615x300 Greve geral: Ônibus e trens não funcionam em SP; operação do metrô é parcial

Manifestantes fazem protesto no aeroporto de Congonhas e tentam atrapalhar check in

Os aeroportos de Congonhas e Guarulhos operam normalmente, embora com protestos em Congonhas de manifestantes da Força Sindical e de movimentos por moradia, que tentam impedir o check in dos passageiros. Há muito policiamento no local para impedir que o atendimento fique comprometido.

“Nosso objetivo é chamar a atenção do governo de que a população não suporta e não apoia essas reformas”, disse Christian Rodrigues, presidente do movimento por moradia, em Congonhas. Segundo ele, objetivo é “trancar o aeroporto”.

Manifestantes também fizeram bloqueios, com queima de pneus, em várias vias da cidade, como nas avenidas 23 de Maio e Nove de Julho. As vias já foram liberadas. Um grupo tentou bloquear a avenida Washington Luís, no sentido centro, mas foram dispersados pela PM com spray de pimenta.

Aloisio Mauricio/Estadão Conteúdo

28abr2017---motoristas-aderem-a-greve-geral-e-cruzam-os-bracos-em-frente-a-garagem-da-viacao-osasco-na-grande-sao-paulo-1493365019243_615x300 Greve geral: Ônibus e trens não funcionam em SP; operação do metrô é parcial

Motoristas cruzam os braços em frente à garagem da Viação Osasco, na Grande SP

Estradas com bloqueios

Por volta das 6h30, algumas das principais rodovias de São Paulo também tinham bloqueio por. Na Anhanguera, o bloqueio está na pista expressa, km 60, região de Jundiaí, sentido interior. Já na Dutra, o problema está no km 212, sentido local, região de Guarulhos, sentido Rio de Janeiro.

A Polícia Rodoviária Federal aponta bloqueio ainda nos dois sentidos da Régis Bittencourt, no km 274, altura de Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo. Foi montado um bloqueio com fogo para impedir a passagem no local.

A Cônego Domênico Rangoni também apresenta interdição no sentido 269, sentido Guarujá. Na Anchieta há ainda um trecho de lentidão no km 38, sentido litoral, por conta de manifestações.

Jorge Luis Pires/Força Sindical/Divulgação

28abr2017---o-presidente-da-forca-sindical-paulinho-da-forca-e-sindicalistas-na-garagem-de-onibus-vip-aguia-de-haia-em-sao-paulo-1493363008702_615x300 Greve geral: Ônibus e trens não funcionam em SP; operação do metrô é parcial

Sindicalistas durante a madrugada na garagem de ônibus VIP Águia de Haia, em SP

A motivação da greve

A paralisação foi convocada em protesto contra as reformas trabalhista e da Previdência. Movimentos sociais, sindicatos e partidos de oposição afirmam que os projetos em tramitação no Congresso retiram direitos dos trabalhadores. Já o governo do presidente Michel Temer (PMDB) defende as medidas como forma de estimular a geração de empregos e melhorar as contas públicas.

A reforma trabalhista foi aprovada na quarta-feira (26) pela Câmara dos Deputados, mas o texto da Previdência ainda não foi votado. O Senado ainda deverá analisar os dois projetos.

Ao menos três atos estão marcados em diferentes pontos da capital paulista para esta sexta-feira. As Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo realizarão um ato unificado no largo da Batata, em Pinheiros, marcado para as 17h e que tem como destino final a casa do presidente. Eles são contra as reformas trabalhistas e previdenciária. As vias que dão acesso à casa do presidente Michel Temer, no Alto de Pinheiros, na zona oeste de São Paulo, serão bloqueadas, para impedir a chegada de manifestantes ao local.

Além do das Frentes, os profissionais de educação municipal de São Paulo vão se unir a outras categorias a partir das 16h no vão livre do Masp, na avenida Paulista, região central, também para protestar contra as reformas da Previdência e trabalhista, agregando à pauta de reivindicações questões relacionadas ao Sampaprev –responsável pela previdência dos servidores municipais.

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), desistiu de oferecer transporte gratuito para os servidores municipais irem ao trabalho nesta sexta.

Mirthys Bezerra/UOL

28abr2017---painel-de-chegadas-do-aeroporto-internacional-de-guarulhos-em-dia-de-greve-geral-1493370093535_615x300 Greve geral: Ônibus e trens não funcionam em SP; operação do metrô é parcial

Painel de chegadas do Aeroporto Internacional de Guarulhos em dia de greve geral

Governo defende reformas

Procurada, a Secretaria de comunicação da Presidência não quis comentar a mobilização. Em diversas ocasiões, Temer disse que as reformas são necessárias para o país voltar a crescer e retomar a geração de empregos. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, chegou a dizer que sem a reforma da Previdência o Brasil pode “quebrar”. Sobre a reforma trabalhista, Temer tem dito que é necessário modernizar as normas que regem as relações de trabalho.

O Pipoco

Jornalismo sério com credibilidade. A Verdade nunca anda sozinha. Apresentaremos fatos num jornalismo investigativo e independente. Com o único compromisso de mostrar para Você, Cidadão, o que acontece nos bastidores da Política; da Administração e Outros.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo
Fechar