Itália para na Suécia e fica fora da Copa pela primeira vez desde 1958
Pela terceira vez na história e pela primeira em 60 anos, a tetracampeã Itália está fora da Copa do Mundo. Depois de duas eliminações seguidas na fase de grupos do torneio, a Azzurra caiu perante a Suécia na repescagem da Europa para o Mundial de 2018.
Após a derrota por 1 a 0 em Solna, a Itália voltou a mostrar pouco poder ofensivo e, em meio às contestadas escolhas do técnico Gian Piero Ventura, não saiu do 0 a 0 com a Suécia em um San Siro com mais de 70 mil pessoas, que presenciaram um dos maiores vexames da história do futebol italiano.
A Azzurra teve amplo domínio sobre os suecos, com cerca de 75% de posse de bola, mas criou poucas chances claras de gol, sendo as duas principais no fim do segundo tempo, em um belo chute de El Shaarawy e em uma cabeçada de Parolo.
O goleiro Gianluigi Buffon, que fez sua última partida oficial pela seleção, pouco trabalhou, porém o ataque italiano se mostrou ineficaz, muito em função das escolhas de Ventura.
Depois de muita pressão e da suspensão de Verratti, o treinador começou a partida com o meio-campista ítalo-brasileiro Jorginho, destaque do Napoli na temporada, mas não cedeu em relação a Lorenzo Insigne, principal atacante do time que lidera o Campeonato Italiano.
Ventura preferiu começar a partida com Immobile e o contestado Gabbiadini no comando de ataque e com Candreva, que não vive boa fase na Inter de Milão, na ponta direita. Ao substituir para tentar o gol na segunda etapa, apostou no centroavante Belotti, que volta de contusão, e nos meia-atacantes El Shaarawy, reserva da Roma, e Bernardeschi, reserva da Juventus.
Com 69 anos, Ventura foi contratado para substituir Antonio Conte após a boa campanha da Itália na Eurocopa de 2016, mas não convenceu em nenhum momento. Com um time pragmático e preterindo os destaques do Napoli, era alvo frequente de críticas da imprensa e da torcida e não deve continuar à frente da Azzurra.
Em sua carreira de treinador, passou por times como Napoli, Hellas Verona, Cagliari, Udinese e Torino, mas nunca conquistou um título de expressão.
Campanha – A possibilidade de a Itália ficar fora da Copa já havia começado a se desenhar no sorteio dos grupos das Eliminatórias, quando a tetracampeã caiu na mesma chave da Espanha, sendo que só a primeira colocada garantia vaga direta na Rússia.
Os dois países ficaram empatados até a sétima rodada, quando, em duelo em Madri, a “Roja” superou a Azzurra facilmente por 3 a 0 e garantiu a primeira posição no grupo G – a chave terminaria com a Espanha na frente, com 28 pontos, cinco a mais do que a Itália.
O sorteio da repescagem também não foi generoso, já que a Suécia eliminara a Holanda no grupo A, mas a seleção italiana era franca favorita para o duelo. “Lamento não por mim, mas pelo movimento, porque fracassamos, até em nível social [a classificação] podia ser importante. Lamento que minha última partida oficial pela seleção tenha coincidido com a eliminação”, declarou um emocionado Buffon após o confronto no San Siro.
A Itália não ficava fora da Copa desde 1958, quando foi superada pela Irlanda do Norte nas Eliminatórias. A outra ausência da Azzurra ocorreu na primeira edição do torneio, em 1930, quando muitos países europeus escolheram não viajar ao Uruguai.
Com 29 seleções já confirmadas na Rússia, a Itália será a única campeã mundial que ficará em casa. As três vagas restantes serão definidas nos duelos de volta da repescagem entre Irlanda e Dinamarca, Peru e Nova Zelândia e Austrália e Honduras.