Brasil e EUA terão reunião sobre sobretaxa ao aço na Cúpula das Américas
O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, vai se reunir nesta quinta (12) com o secretário de Comércio dos EUA, Wilbur Ross, para tratar das tarifas que os EUA ameaçam impor sobre o aço e o alumínio brasileiros.
O encontro, às margens da Cúpula das Américas, em Lima (Peru), terá a participação do secretário de comércio exterior, Abrão Árabe Neto, e do secretário de Estado dos EUA em exercício, John Sullivan.
O governo brasileiro negocia com Washington para tornar permanente a isenção da sobretaxa de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio. Os EUA são os maiores compradores de aço brasileiro, e as tarifas podem gerar perda anual de US$ 1,1 bilhão.
Ross administra os pedidos de empresas americanas compradoras de aço e alumínio para excluir determinados produtos das tarifas, que se avolumam e superam 700.
Do outro lado, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA,o USTr, determinará quais países terão as tarifas suspensas. É preciso que a empresa americana solicitante prove que o produto a ser excluído da lista não pode ser substituído nos EUA.
O governo brasileiro tenta também limitar a contrapartida para se livrar das tarifas.
O Brasil argumenta que as sobretaxas sobre seu aço vão prejudicar diretamente as siderúrgicas americanas, afirma Pablo Bentes, diretor-executivo do escritório Steptoe and Johnson (EUA), que assessora o instituto Aço Brasil.
Elas compram mais de 80% do produto sob a forma semiacabada para transformar em peças e vender a fabricantes de eletrodomésticos, automóveis e outros.
Além disso, o Brasil importa US$ 1 bilhão em carvão dos EUA. “Há o reconhecimento de que o caso do Brasil é muito particular, por causa desses aspectos”, diz Bentes.
BILATERAIS
Nunes também irá se reunir com os chanceleres da Bolívia, do Equador e do Chile.
Já o presidente Michel Temer tem um encontro bilateral com o presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, para agradecer a cessão do lugar na fila pela vaga rotativa no Conselho de Segurança da ONU, que o Brasil voltará a ocupar em 2022, 11 anos antes do previsto.
Temer também pode se encontrar com Sebastián Piñera, presidente do Chile, que virá ao Brasil em breve.
Não estão previstos encontros com o americano Donald Trump nem com o argentino Mauricio Macri.