O Irã conquistou sua segunda vitória em Mundiais novamente em uma partida com pano de fundo político. Com relações diplomáticas rompidas com Marrocosdesde o último dia 1 de maio, os iranianos venceram essa guerra simbólica no gramado de São Petersburgo por 1 a 0 e repetiram o feito de 1998, quando superaram os Estados Unidos por 2 a 1, no chamado “jogo da paz” — que não se estabeleceu até hoje. Era a partida da vitória possível, considerando que os próximos adversários de ambos serão Espanha e Portugal, favoritos no grupo B da Copa do Mundo da Rússia.
Com muito mais posse de bola (64%), os marroquinos iniciaram ocupando o campo iraniano e quase chegaram ao gol aos 19 do primeiro tempo, em sequência de chutes rebatidos pela defesa adversária. Esteve, entretanto, mais perto de sofrer o revés em contra-ataque puxado pelo atacante Serdar Azmoun, principal arma iraniana, já no final do primeiro tempo.
Na segunda etapa, os gestos amistosos deram lugar a divididas ríspidas, reclamações e dedos na cara, na partida com mais faltas (37) e cartões amarelos (três) até aqui. À medida que o tempo avançava, mais os médicos das seleções precisaram entrar em campo para socorrer seus jogadores. Chance de gol? Somente ao 35 minutos, para relembrar às arquibancadas de que se tratava de um jogo de futebol: um belo chute do marroquino Ziyach espalmado por Beiranvand.
Como no primeiro tempo, os iranianos chegaram com mais perigo nos últimos minutos — dessa vez fatais. A exemplo do que o Uruguai fizera horas antes sobre o Egito, pelo grupo A, o habitual “abafa” no final deu resultado. Também em cruzamento na área, mas em gol contra: Bouhaddouz cabeçeou de forma equivocada. Marroquinos desabados como soldados abatidos, iranianos em mais um êxtase que transcende o jogo.
Na quarta-feira, 20 de junho, será a vez das tentativas de vitórias impossíveis: às 9h, Marrocos reecontra Portugal, a quem venceu (por 3 a 1) na Copa de 1986, no México; os iranianos jogam contra a Espanha, às 15h, na Arena Kazan.
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