Alvo de apitos, M. Bastos marca e São Paulo vence em jogo com estádio vazio
Vivendo momentos de tensão junto à torcida, Michel Bastos teve participação essencial na vitória do São Paulo sobre o Novorizontino, por 2 a 0, nesta quarta-feira (24). Foi do camisa 7 o primeiro gol da partida, de pênalti, sofrido por Rogério, aos 19 minutos do primeiro tempo. Rodrigo Caio, aos 36 da segunda etapa, deu números finais ao confronto.
O duelo, inclusive, foi marcado por uma presença baixíssima da torcida: apenas 3.333 pessoas estiveram no Pacaembu. O público pagante é o pior do São Paulo desde 2008, quando apenas 3.252 torcedores acompanharam o empate em 0 a 0 com o Atlético-PR, pela Copa Sul-Americana.
Com a vitória, o São Paulo se mantém na segunda colocação do Grupo C do Campeonato Paulista, com 10 pontos, empatada com a Ferroviária, que entra em campo nesta quinta-feira (25), contra o Ituano. Já o Novorizontino permanece na quarta colocação da chave B, com apenas quatro pontos.
O São Paulo volta a campo no próximo sábado (27), quando viaja a Campinas para enfrentar a Ponte Preta. No mesmo dia, o Novorizontino recebe o Audax Osasco.
Michel Bastos vira o centro das atenções
Um Pacaembu praticamente às moscas presenciou uma relação de amor e ódio entre dois personagens da realidade são-paulina: a torcida e Michel Bastos. Durante os 90 minutos, as duas partes ameaçaram momentos de reconciliação, mas acabaram saindo do mesmo jeito que entraram: um lado criticando e o outro lamentando aos microfones.
Antes até de a bola rolar
Assim como havia acontecido na partida do último final de semana, contra o Rio Claro, a torcida do São Paulo levou faixas para protestar contra Michel Bastos e outros integrantes do elenco são-paulino. “Multipliquei meu salário 100x. Não chegou perto do seu”, foi uma das exibidas. Além disso, um sósia do camisa 7, com a camisa escrita “Migué”, marcou presença para protestar.
Entre apitos e a rede
Toda vez em que Bastos pegava na bola, apitos eram ouvidos no estádio. A pressão correu risco de ficar ainda maior aos 19 minutos do primeiro tempo. Naquele momento, Rogério era derrubado dentro da área, e o árbitro marcara pênalti. Michel Bastos foi para a cobrança e não decepcionou: bola de um lado, goleiro do outro e o apoio dos companheiros de equipe – todos foram abraçar o camisa 7 após o gol.
“Fico triste (com a pressão da torcida), pois procuro saber o porquê de tudo isso. Mas é o futebol, a gente tem que saber que jogar em um time grande como o São Paulo, a cobrança é grande. A partir de hoje, independentemente de quem vaiar, aplaudir, vou trabalhar para ajudar o São Paulo, como sempre fiz”, afirmou um cabisbaixo Michel Bastos, no intervalo da partida, ao “Premiere”.
Depois do gol, parte dos torcedores são-paulinos passaram a gritar o nome de Michel Bastos, mas não o suficiente para encerrar a rusga com a torcida organizada: “Michel, c…, não fez mais que obrigação”, cantavam junto com aplausos. No segundo tempo, inclusive, até o restante dos torcedores começou a pegar no pé de Bastos, com gritos de “vamos correr, Michel”.