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Tudo errado! O sabor vem do cérebro, e não da língua, descobrem cientistas

LINGUA-300x200 Tudo errado! O sabor vem do cérebro, e não da língua, descobrem cientistasTodo mundo aprendeu que os diferentes sabores — doce, salgado, amargo, azedo e umami — são percebidos pelas papilas gustativas presentes na língua. Portanto, quando você saboreia uma barra de chocolate ou, ainda, quando não consegue evitar fazer cara feia depois de tomar um remédio amargo, esses gostos são processados e percebidos na sua boca, certo? De acordo com a descoberta de um time de cientistas, pode ser que isso esteja tudo errado!

Segundo Fiona MacDonald, do portal Science Alert, pesquisadores da Universidade de Columbia, nos EUA, conseguiram alterar o funcionamento das papilas gustativas de ratinhos de laboratório depois de manipular determinadas células cerebrais, demonstrando, pela primeira vez, que a percepção de sabores é determinada pelo cérebro, e não pelos receptores presentes na língua.

O sabor está na sua cabeça

Até onde se sabia, os diferentes sabores eram percebidos pelas papilas gustativas, que, então, enviavam os estímulos ao cérebro. Este, por sua vez, registrava na memória o que havíamos acabado de saborear. No entanto, os experimentos realizados pelos cientistas apontaram que, na realidade, tudo parece indicar que a língua registra a presença de determinados compostos químicos, e é o cérebro que percebe o sabor. Incrível isso, você não acha?

20184622185641 Tudo errado! O sabor vem do cérebro, e não da língua, descobrem cientistas

De acordo com Fiona, os pesquisadores chegaram a essa conclusão depois de descobrir que a nossa língua está equipada com receptores responsáveis por registrar sabores específicos e que cada um desses receptores se encarrega de enviar os sinais ao cérebro. Além disso, os cientistas também perceberam que, ademais, existem determinados tipos de células cerebrais situadas em distintas áreas do órgão que recebem esses estímulos.

20184602263640 Tudo errado! O sabor vem do cérebro, e não da língua, descobrem cientistasA área em rosa mostra os neurônios responsáveis por perceber o sabor amargo, enquanto que a área em verde mostra as células responsáveis pelo gosto doce

Os pesquisadores fizeram essas descobertas estudando as células cerebrais de ratinhos de laboratório. Assim, durante os experimentos, eles “desligaram” os neurônios responsáveis por detectar sabores doces e também os responsáveis por registrar gostos amargos e depois deram substâncias doces, amargas e sem qualquer sabor para os bichinhos e observaram suas reações.

Experimentos

Segundo Fiona, quando os cientistas voltaram a ativar as células cerebrais que registram os sabores doces, os bichinhos responderam como se estivessem consumindo algo adocicado — lambendo o focinho — mesmo quando bebiam água (sem qualquer gosto). O mesmo comportamento foi observado quando os pesquisadores ativaram os neurônios que detectam o amargo, vendo os ratos engasgar com o sabor ruim que também não estava presente.

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O time também repetiu os testes com os animais após treiná-los para apresentar determinados comportamentos depois de provar algo doce ou amargo, e os resultados foram iguais aos anteriores. Surpreendentemente, inclusive quando os pesquisadores conduziram os experimentos com ratinhos que nunca haviam provado qualquer dos sabores antes, as respostas aos gostos foram as mesmas.

Conforme explicaram os cientistas, a descoberta muda completamente o nosso entendimento a respeito da percepção de sabores, já que os experimentos demonstraram que, ao contrário do que se pensava, o paladar é detectado pelo cérebro e não depende da associação com experiências anteriores nem do aprendizado, como ocorre com o olfato.

Segundo disseram os pesquisadores, os cheiros não têm qualquer significado até que nós associemos um odor específico com uma experiência determinada — e é por essa razão que um aroma é percebido como agradável por uma pessoa e tido como horrível por outra. No caso do paladar, a distinção dos sabores é determinada pelo cérebro, e não por nossas memórias.

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