Bolsonaro descarta tabelamento de preços e faz novo apelo a donos de supermercados
Durante uma live transmitida pelo Facebook na tarde dessa terça-feira, 8, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) se pronunciou sobre a alta de alguns produtos nos supermercados, como o pacote de 5 kg de arroz que subiu de R$ 15 para R$ 40 nas gôndolas. Segundo ele, o governo descarta a possibilidade de ‘tabelar’ preços com o intuito de conter a aceleração dos preços e disse estar conversando com os empresários do setor. “Tenho apelado para eles. Ninguém vai usar a caneta Bic para tabelar nada. Não existe tabelamento. Mas estamos pedindo para eles que o lucro desses produtos essenciais nos supermercados seja próximo de zero”, comentou. Em sua fala, o presidente ainda disse que ‘a tendência é normalizar o preço’ nos próximos meses e que medidas estão sendo tomadas pelo Ministério da Economia, mas não revelou quais.
De acordo com um levantamento da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), o produto comprado dos produtores pelas indústrias ficou 30% mais caro no mês de agosto. Em outra live desta terça-feira, transmitida nas redes sociais de Bolsonaro, a ministra da Agricultura Tereza Cristina afirmou que o arroz não irá faltar no país e que logo os preços irão se normalizar. “O arroz não vai faltar. Agora ele está alto, mas nós vamos fazer ele baixar, se Deus quiser vamos ter uma supersafra no ano que vem”, disse a ministra ao ser entrevistada por uma menina de 10 anos.
Na última sexta-feira, 4, Bolsonaro já tinha feito um apelo às associações e donos de supermercados para baixar os preços de produtos que compõem a cesta básica, que sofreram aumento devido à pandemia da Covid-19. “Está subindo arroz, feijão? Só para vocês saberem, já conversei com intermediários, vou conversar logo mais com a associação de supermercados”, disse. “Estou conversando para ver se os produtos da cesta básica aí… estou pedindo um sacrifício, patriotismo para os grandes donos de supermercados para manter na menor margem de lucro”, afirmou. Nos últimos 12 meses, o preço da cesta básica em São Paulo (a mais cara do país) aumentou 12,15%. Entre as explicações para a inflação nos mercados está a mudança de hábitos alimentares durante a pandemia da Covid-19 e o dólar mais alto.
jovempan