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Republicanos assumem Congresso e planejam desmonte da era Obama

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Os membros do 115º Congresso dos Estados Unidos serão empossados nesta terça-feira (3), dando início a uma agressiva campanha dos republicanos, que agora controlam a Câmara dos Deputados e o Senado, para desmantelar oito anos de políticas do presidente democrata Barack Obama.

O primeiro e maior alvo é o Obamacare, que os republicanos há muito tentam derrubar e à qual eles atribuem a culpa pela morna recuperação econômica morna.

Mas programas vigentes há décadas, e dos quais milhões de cidadãos americanos dependem no dia a dia, como a Previdência Social e o Medicare, também estarão na mira dos republicanos do Congresso, em seu esforço para reduzir tanto as dimensões do orçamento federal quanto o tamanho da burocracia em Washington.

“Temos muito a fazer —e muito a desfazer”, disse Kevin McCarthy, da Califórnia, o líder da maioria republicana na Câmara, em carta aos seus colegas de partido.

Alex Brandon – 28.dez.2016/Associated Press
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O prédio do Capitólio, que abriga o Congresso dos Estados Unidos, em Washington

Os democratas tentarão bloquear a abrangente reforma conservadora apelando à opinião pública e usando o poder que têm no Senado para travar o avanço de propostas. Mas essa estratégia tem suas limitações políticas.

SENADO

No Senado, 23 dos representantes democratas disputarão reeleição em 2018, entre os quais 10 em Estados nos quais o presidente eleito Donald Trump venceu a eleição, e eles podem deixar de lado a lealdade partidária e se alinhar com o Partido Republicano.

“O que sempre faremos será forçar o presidente eleito e seus colegas republicanos no Congresso a prestar contas”, afirmou Charles Schumer, de Nova York, líder da minoria democrata no Senado, nesta terça-feira. “Nossa bancada trabalhará para garantir que o presidente eleito mantenha seu compromisso de realmente tornar grande o país, dentro de sua tradição e no mais refinado senso do termo.”

Obama planeja uma rara visita ao Congresso nesta quarta-feira (4) para uma reunião com a bancada democrata na qual discutirá estratégias para salvar o Obamacare. O vice-presidente eleito Mike Pence se reunirá com os republicanos.

A primeira semana de atividade do novo Congresso permitirá antever o ritmo frenético de trabalho planejado pelos republicanos.

A Câmara votará ainda nesta terça-feira um pacote de regras que esvaziaria completamente o Serviço Independente de Ética Legislativa, colocando-o sob a supervisão do Comitê de Ética da Câmara, que é comandado por legisladores.

Democratas e organizações ativistas denunciam ferozmente a ideia de encarregar o Congresso de se autopoliciar.

O pacote de regras, que os republicanos rascunharam em uma reunião sigilosa e sem debate público, na segunda-feira (2), também daria aos líderes do partido os instrumentos necessários a punir legisladores caso haja uma repetição dos protestos democratas no plenário quanto ao controle de armas, em junho do ano passado.

QUESTÃO ISRAELENSE

Também devem ser votadas resoluções denunciando as Nações Unidas por condenar a construção de assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental.

Os republicanos criticaram fortemente o governo Obama por se recusar a vetar a resolução. O presidente da Câmara, o republicano Paul Ryan, prometeu “reverter o dano causado por esse governo, e reconstruir nossa aliança com Israel”.

RÚSSIA

James Clapper, o diretor nacional de inteligência, deve depor nesta terça-feira diante do Comitê das Forças Armadas do Senado sobre a avaliação dos serviços de inteligência de que a Rússia interferiu na eleição americana por meio de ações de hackers contra contas de e-mail democratas.

As acusações de interferência russa no processo político dos EUA serão examinadas pelos comitês individuais do Congresso, mas o líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, rejeitou um apelo partidário pela constituição de uma comissão especial de investigação.

Na semana passada, Obama impôs sanções abrangentes à Rússia pelas acusações de ações cibernéticas ilegais, mas Trump não aceitou publicamente a conclusão de que Moscou estava por trás das intrusões na campanha eleitoral.

Sean Spicer, que será o secretário de Imprensa da Casa Branca no governo Trump, disse em entrevista à rede Fox News que “não parece haver provas conclusivas” de que os russos foram os responsáveis.

VITÓRIA DE TRUMP

A Câmara deve votar na sexta-feira (6) a certificação da vitória de Trump sobre a democrata Hillary Clinton na eleição presidencial. Ela é a quinta candidata à Presidência a vencer no voto popular e perder no Colégio Eleitoral.

Hillary recebeu quase 2,9 milhões de votos a mais do que Trump, de acordo com análise da Associated Press, o que lhe dá a maior margem de vitória no voto popular entre todos os candidatos derrotados à Presidência; isso causou uma renovação dos apelos pela abolição do Colégio Eleitoral.

AGENDA REPUBLICANA

Outros itens obrigatórios da agenda republicana se referem à reforma do código tributário dos Estados Unidos.

Os conservadores também querem remover regras ambientais e regulamentações financeiras adotadas depois do colapso econômico de 2008, argumentando que são onerosas demais para permitir que os negócios prosperem.

O Senado planeja começar a repelir o Obamacare nesta terça, quando debaterá uma medida regimental para proteger a proposta contra manobras dos democratas.

Nos próximos meses, os legisladores trabalharão em projetos de lei que cancelarão grandes seções da lei.

Entre as que devem ser derrubadas estão a cláusula que força as pessoas a terem planos de saúde sob pena de multa pelo serviço de receita, e a expansão da cobertura do plano federal de saúde Medicaid a um maior número de cidadãos de baixa renda. Mas diversos elementos da revogação só entrariam em vigor dentro de dois a quatro anos.

Em meio a essa agenda legislativa movimentada, o Senado também exercerá suas funções de consultoria e aprovação quanto aos indicados por Trump para formarem seu gabinete.

Folha

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