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Republicanos criam distância segura de Trump após relevações sobre russos

trump-03-300x145 Republicanos criam distância segura de Trump após relevações sobre russos

A defesa de Donald Trump e de seu genro e assessor, Jared Kushner, após três semanas de crise sobre as ligações entre a equipe do presidente e a Rússia, sobrou, neste domingo (28), para os membros do gabinete de Trump, como os secretários John Kelly, de Segurança Doméstica, e James Mattis, de Defesa.

Nas bancadas dos programas dominicais das emissoras americanas, não havia nenhum líder ou nome expressivo do Partido Republicano disposto a associar sua imagem à do presidente no momento de crise.

A ausência sinaliza um afastamento que se acentuou após a imprensa revelar que Trump teria tentado obstruir uma investigação federal sobre o ex-conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn.

Desde então, republicanos que ainda vinham evitando se posicionar sobre o caso envolvendo o ex-diretor do FBI (polícia federal americana) James Comey e a investigação sobre a Rússia, começaram a delimitar uma distância segura do presidente, de olho em seu eleitorado.

Para muitos, é hora de pensar no impacto que teria uma defesa de Trump nas eleições parlamentares de novembro de 2018. Esta semana, em que os parlamentares cumprem expediente em seus Estados, servirá como termômetro na relação com os eleitores.

Pesquisas já dão alertas. Uma da Reuters/Ipsos feita entre 14 e 18 de maio mostra que a aprovação de Trump entre os eleitores republicanos caiu de 87%, em janeiro, para 75%. Noutra, da Fox News, divulgada na quinta (25), o apoio foi de 87% a 81%.

“A divulgação do memorando de Comey [que sugere a obstrução da investigação] coloca os republicanos em um terreno desconfortável e sinaliza que os membros do partido devem ser cuidadosos ao defender o comportamento de Trump abertamente”, afirma David Hopkins, cientista político do Boston College.

Em meio à onda de escândalos, o geralmente cauteloso líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, admitiu que seria bom ter “um pouco menos de drama” vindo da Casa Branca.
McConnell tenta chegar a um difícil consenso com os senadores republicanos sobre um projeto para substituir o Obamacare. As revelações, com vazamentos quase diários, só atrapalham a agenda do partido na Casa.

“Não podemos ter esse caos constante e questões graves sendo virtualmente levantadas todo santo dia. É uma distração da nossa capacidade de trabalhar em certos temas, como a reforma da saúde”, disse a senadora republicana Susan Collins, do Maine.

Uma parte dos republicanos, como os deputados Justin Amash (Michigan) e Carlos Cubelo (Flórida), foi a público para pedir esclarecimentos sobre a suposta tentativa de Trump de influenciar a investigação. Para eles, se for comprovada, a denúncia traz razões suficientes para um pedido de impeachment.

Após um processo eleitoral atípico –e diante da figura polarizadora do empresário–, o apoio de Trump entre os parlamentares do partido sempre esteve longe do esperado para um presidente em início de mandato. Agora, no entanto, a oposição começou a ser feita diante das câmeras.

Para John Sides, cientista politico da George Washington University, o movimento não é orquestrado. “O memorando fez com que diferentes republicanos expressassem diferentes níveis de preocupação, mas eu não vejo uma divisão por grupos”, diz.

Da manifestação pública para um apoio a um processo de impeachment, porém, há um longo caminho a ser percorrido, apostam os especialistas ouvidos pela Folha.

“Não há razão para acreditar que os republicanos se moverão para apoiar o impeachment de Trump”, diz Hopkins. “Eles esperam que ele sobreviva a essa controvérsia.”

O Pipoco

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