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Trump aceita maior checagem de ‘ficha’ de quem compra arma

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Foi uma menção indireta, em nota assinada por sua porta-voz. Mas, enfim, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se manifestou sobre o controle de armas no país nesta segunda (19), cinco dias após o ataque a tiros que deixou 17 mortos numa escola da Flórida.

De acordo com a Casa Branca, Trump é favorável à melhoria da checagem de antecedentes de potenciais compradores nos EUA —país cuja Constituição protege o porte de armas, mas onde tiroteios em escolas e igrejas geram debate sobre o tema.

Segundo a nota, o presidente falou ainda na sexta (16) com o senador republicano John Cornyn, autor de um projeto de lei que obriga autoridades estaduais e federais a usarem e alimentarem um banco de dados nacional para a compra de armas.

Esse sistema é acessado por vendedores com licença federal a fim de verificar se o potencial comprador já foi condenado por algum crime, passou por tratamento psiquiátrico, é consumidor de drogas ou se foi denunciado por agressão ou violência doméstica. Só que nem todas as autoridades alimentam o sistema com regularidade —e não são penalizadas por isso.

A proposta, que tem o apoio de políticos democratas, foi apresentada em novembro do ano passado, dias depois de uma chacina que deixou 26 mortos numa igreja do Texas. Mas ainda não foi a votação. Outro projeto semelhante foi aprovado na Câmara no ano passado, mas não foi debatido no Senado.

“Embora as discussões [sobre a lei] estejam em andamento, o presidente apoia esforços para melhorar esse sistema”, informou a porta-voz, Sarah Sanders.

Pessoalmente, porém, Trump não se manifestou sobre o tema nem encampou campanha para discutir o assunto. Nesta segunda, feriado nacional, o republicano passou o dia em seu clube de golfe em Mar-a-Lago, na Flórida.

Antes, em redes sociais, criticou democratas por não aprovarem leis pelo controle de armas no governo Obama e disse que irá atacar “o grave problema da saúde mental” para evitar novas tragédias.

As campanhas de Trump e de dezenas de republicanos receberam doações da NRA (Associação Nacional de Rifles), principal lobby pró-armas dos EUA.

Pais, alunos e sobreviventes do ataque na escola Marjory Stoneman Douglas têm feito apelos públicos pelo controle de armas no país.

Nesta segunda, houve novo protesto em Washington, onde cerca de cem estudantes de ensino médio se deitaram em frente à Casa Branca em alusão às vítimas da Flórida.

“Ele está evitando o assunto”, afirmou a estudante Charli  Vogel, 16, que foi ao ato com quatro colegas e tem amigos na Marjory  Stoneman Douglas. “A minha sensação era: pode acontecer com qualquer um.” Vogel participa de treinamentos contra ataques a tiros pelo menos uma vez por mês na escola.

“Parece um ciclo. Estamos em luto agora por esses estudantes, mas em breve estaremos de novo, por outras vítimas”, disse Emilia Myre, 15.

Uma mãe se aproximou do grupo durante a entrevista. Felicia Blahut, 50, tem duas filhas na Marjory Stoneman Douglas que sobreviveram ao massacre. Às lágrimas, agradeceu as estudantes.

“Para que alguém precisa de um AR-15, uma arma de guerra? Não se trata só de checar antecedentes. É muito mais profundo que isso”, disse Blahut. “Você vê ataques a tiros na TV e parece um filme. Até que acontece com você.”

Atualmente, o NICS (Sistema Nacional de Checagem de Antecedentes) é consultado cerca de 2 milhões de vezes por mês, segundo o FBI. Mas isso não corresponde ao total de armas vendidas nos EUA: muitas podem ser adquiridas sem consulta ao sistema, diretamente com os donos.

FOLHA

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