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Venezuela se aproxima de dar um calote em sua dívida externa

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Não se trata mais de especular se a Venezuela dará calote em sua dívida –a questão agora é saber quando o governo Maduro vai deixar de honrar seus compromissos externos. Tudo depende da China e da Rússia, únicos que ainda impedem a Venezuela de cair no precipício.

A Venezuela tem atualmente US$ 9,7 bilhões em reservas, sendo que apenas US$ 1 bi é em dinheiro, de liquidez instantânea, e o restante é principalmente em ouro. Até o fim do ano, o governo venezuelano terá de pagar US$ 3,8 bilhões em títulos da dívida que vão vencer. Só como comparação, o Brasil tem US$ 382 bilhões em reservas.

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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participa de entrevista coletiva em Caracas

Se já era difícil o país conseguir levantar recursos no exterior, agora, com as novas sanções do governo americano, torna-se virtualmente impossível.

Com as novas sanções, o governo venezuelano não pode fazer novas emissões de títulos – ou seja, não conseguirá dinheiro novo para eventualmente honrar seus compromissos externos.

Por exemplo, em outubro do ano passado, a petroleira PDVSA fez uma emissão de US$ 3,4 bilhões em títulos para “trocar” com investidores que detinham papéis que venciam naquele ano. Com as novas sanções, o governo venezuelano não poderá mais fazer emissões como essa.

As medidas permitem, porém, a negociação da maioria dos títulos venezuelanos no mercado secundário -talvez porque grandes fundos de investimentos dos EUA sejam os maiores detentores desses papéis.

Mesmo assim, ao empurrar a Venezuela para mais perto do calote, o governo Trump pode acabar deixando grande prejuízo para os fundos americanos.

Esse é o principal motivo pelo qual os EUA evitaram, pelo menos por enquanto, impor as sanções que realmente derrubariam o governo Maduro –banir as importações de petróleo venezuelano. Os EUA importam 40% do petróleo venezuelano, mas sabem que proibir a importação afetaria em cheio o consumidor americano, porque aumentaria o preço da gasolina nos EUA.

Trump não pode se dar ao luxo de impor uma medida tão impopular. Além disso, a medida teria um efeito devastador sobre o povo venezuelano, porque o governo precisa de moeda forte para importar alimentos.

Ao evitar novas emissões de dívidas e proibir a negociação de títulos nas mãos de autoridades venezuelanas, além de vetar o envio de dividendos da Citgo para a PDVSA, o governo americano pretende tornar a situação tão insustentável que os militares se verão compelidos a abandonar Maduro.

De novo, tudo depende da boa vontade da China e da Rússia. De qualquer maneira, é ilusório achar que as sanções afetarão apenas as autoridades e o povo será poupado. Se o país der calote em sua dívida, a escassez de alimentos e remédios se tornará ainda mais grave.

O Pipoco

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