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WhatsApp avisa que irá compartilhar dados dos usuários com o Facebook

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A novidade garante o compartilhamento de dados com o Facebook, dono do app de mensagens, e está relacionada com funções como o carrinho de compras em conversas com lojas, anunciado em dezembro passado (veja mais abaixo).

O aceite é obrigatório e os usuários não possuem opção de não compartilhar seus dados pessoais.

“Ao tocar em aceito, você concorda com os novos termos e com a política de privacidade, que entram em vigor em 8 de fevereiro de 2021”, diz a notificação.

“Depois dessa data, você precisará aceitar as atualizações para continuar usando o WhatsApp. Você também pode visitar a Central de Ajuda se preferir apagar a sua conta e desejar obter mais informações”, continua o aplicativo.

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Notificação com informações sobre os novos termos e políticas de privacidade do WhatsApp. — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

O que vai ser compartilhado?
Os termos que passam a vigorar em 8 de fevereiro possuem seções que permitem que empresas ligadas ao Facebook armazenem, gerenciem e processem dados do WhatsApp.

A última vez que o app fez uma grande mudança de política de privacidade foi em 2016, mas as pessoas que já usavam o app podiam negar o compartilhamento de dados com o Facebook. Novas contas, por outro lado, não tinham essa opção.

Ou seja, muitas pessoas já compartilhavam os dados. A partir de agora, todos, inclusive os que negaram o compartilhamento em 2016, terão que concordar com a política de privacidade para usar o app.

O aplicativo de mensagens usa criptografia ponta-a-ponta, o que significa que somente o remetente e destinatário podem visualizar o conteúdo.

Entre os dados que o WhatsApp poderá compartilhar com outras empresas do Facebook estão:

  • informações de registro, como o número de telefone;
  • endereço de IP;
  • informações sobre o dispositivo utilizado;
  • dados de transações e pagamentos;
  • informações sobre como você interage com outros (incluindo negócios).

As empresas do Facebook que ganharão acesso aos dados dos usuários do WhatsApp são Facebook Payments, Onavo, Facebook Technologies e CrowdTangle.

Integração com outros produtos

Segundo a companhia, as informações podem ser usadas para:

  • ajudar a aprimorar os sistemas de infraestrutura e entrega;
  • entender como os serviços são usados;
  • promover proteção, segurança e integridade em todos os produtos;
  • aprimoramento dos serviços e experiências, incluindo sugestões para os usuários (como a recomendação de conteúdos, conexões de grupos ou amigos);
  • integração para conectar o WhatsApp com outros produtos do Facebook.

O último item cita integração com o Facebook Pay, base para o sistema de pagamentos do WhatsApp, que chegou a ser testado no Brasil no ano passado, mas foi barrado pelo Banco Central e pelo Cade.

Em dezembro, o WhatsApp anunciou uma função de carrinho de compras em conversas com lojas. O recurso ajuda a organizar pedidos e, pelo menos por enquanto, não inclui uma solução de pagamentos – que está nos planos da empresa.

Além disso, há menção para “habilitar conversas com seus amigos em outros produtos do Facebook” (um alto-falante inteligente com câmera e tela da empresa).

Em 2019, o presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, confirmou planos de integrar o WhatsApp com o Messenger e Instagram Direct, ambos aplicativos de conversa que pertencem à empresa dele.

Em setembro, a companhia juntou mensagens do Instagram e Messenger, permitindo que usuários do Messenger começassem conversas e chamadas de vídeo com pessoas que estão no Instagram e vice-versa. A opção ainda está em fase de testes.

Acusação de monopólio nos EUA

O Facebook foi alvo de acusações de monopólio nos Estados Unidos em dezembro passado, após a Comissão Federal de Comércio (FTC, na sigla em inglês) dos EUA e 48 autoridades estaduais apontaram que a companhia mantém seu domínio nas redes sociais por meio de uma conduta anticompetitiva.

São citadas como partes dessa estratégia as compras dos então rivais em ascensão Instagram e WhatsApp pela companhia – em negócios bilionários fechados em 2012 e 2014, respectivamente. A comissão considera a possibilidade de que isso tenha de ser desfeito.

A integração desses aplicativos vai na contramão de soluções apresentadas pelas autoridades americanas, que incluem a venda desses ativos ou a divisão deles.

G1

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