Mineirinho agradece ajuda de Medina e custa a crer no título: “É uma loucura”

No dia 17 de dezembro de 2015, dificilmente um ser humano foi mais feliz do que Adriano de Souza. Campeão mundial após dez anos de incessante busca, com direito ao caneco do prestigiado Pipe Masters, no Havaí, Mineirinho era o retrato da mais pura alegria ao longo da quarta-feira de calor e sol, na ilha de Oahu. O sentimento era tão forte que o surfista de 28 anos sorria sem parar, escancarando um estado de êxtase. É mais do que explicável, depois de uma longa e cansativa batalha, Adriano é o melhor surfista do planeta neste momento.

– Ainda não caiu a ficha. É uma loucura. Tudo que eu queria na minha era ser campeão do mundo e consegui no dia 17 de dezembro. É o dia mais feliz da minha vida. Vai ser difícil entender que eu consegui algo que muitos diziam que era impossível. Que eu não ganharia o título mundial, que eu não seria vencedor em Pipeline. Eu trabalhei muito para levantar esses troféus e consegui. Estou muito realizado – disse Adriano.

Gabriel Medina entrega o troféu de campeão mundial para as mãos de Mineirinho (Foto: Divulgação/WSL)

Para fechar a temporada 2015 do Circuito Mundial em primeiro lugar, com 57.700 pontos, 3.050 à frente do vice-campeão, Mick Fanning, Mineirinho contou com a ajuda inestimável de Gabriel Medina, que derrotou o australiano na semifinal e fez com que Adriano só precisasse bater o havaiano Mason Ho na outra semi para levantar o caneco.

Adriano de Souza, o Mineirinho, é campeão mundial de surfe na 11 etapa do circuito mundial em Pipeline no Havaí (Foto: David Abramvezt)

– Eu achei desde o princípio que o Gabriel foi o melhor do campeonato e surfou de uma forma brilhante, como um campeão mundo. Quando eu vi que a chave, eu pensei que a única pessoa que poderia tirar o Mick era o Gabriel. E ele foi lá e fez isso por mim. Na grande final, eu tive a chance de achar as melhores ondas e ganhei o Pipe Masters.

Mineirinho fez questão de elogiar publicamente Medina e dizer que agradeceu muito ao então defensor do título mundial pela eliminação de Fanning, que vinha fazendo um grande Pipe Masters e era apontado por muitos como o grande favorito ao topo do mundo nesta temporada.

– Já agradeci muito ao Gabriel. Eu fui campeão e atingi meu grande sonho. Ele veio para chegar na final e conseguiu fazer o que ele queria. Ele também ganhou a Tríplice Coroa Havaiana, que nenhum brasileiro tinha conquistado. Ele merece tudo que ele já ganhou.

Com a conquista do Pipe Masters, Adriano obteve sua sexta vitória em etapas do Circuito Mundial, igualando Medina como o brasileiro mais vitorioso em eventos do Tour.

– Eu consegui igualar o número de vitórias do Gabriel. Nós temos os mesmos resultados, seis vitórias em etapas cada um e um título mundial. Eu igualei o melhor brasileiro de todos os tempos. Isso é muito importante.

O mais novo campeão mundial teve uma temporada fantástica. Além de ficar em primeiro na etapa de Pipeline e de Margaret River, na Austrália, ele conquistou o vice na australiana Bells Beach e na americana Trestles, e ainda o terceiro lugar na Gold Coast australiana e em Hossegor, na França. Ao todo, ele somou 57.700 pontos, 3.050 a mais do que o vice-campeão mundial de 2015, Mick Fanning.

Gabriel Medina mostra o troféu de vice em Pipeline, e Adriano segura de grande vencedor (Foto: David Abramvezt)