Esportes

Quenianos iniciam preparação para São Silvestre 6 meses antes da prova

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Nesta época de fim de ano, no esporte, a gente se lembra da Corrida de São Silvestre. É a prova tradicional do atletismo brasileiro que atrai sempre muitos quenianos. E eles já conquistaram 25 títulos em 90 edições. Mas por que eles querem tanto correr em São Paulo no último dia do ano ? Os repórteres Guilherme Roseguini e Fernando Soncini viajaram até oQuênia para descobrir essa resposta.

O letreiro revela a casa dos campeões, mas as pessoas só se dão conta mesmo de que o lugar é especial quando eles começam a surgir. São muitos, levantando poeira para manter uma tradição: ninguém corre provas de média e longa distância como os quenianios.

Para onde se olha é possível ver grandes atletas rasgando a paisagem. Não à toa esse lugar desperta tanto interesse mundo afora. Muitos querem ter o talento dos quenianos nas competições. Para conseguir receber esses convidados ilustres é preciso primeiro falar com a federação de atletismo local, informar qual tipo de corrida será realizada e quais são os atletas desejados.

As solicitações acabam nas mãos de treinadores e empresários locais. Gente como Joseph Kipkosgei.

“Eu então procuro os melhores corredores e explico como vamos fazer o treinamento e a escolha dos que vão viajar para o Brasil”, diz Joseph.

Tudo começa até seis meses antes da São Silvestre. Primeiro são escolhidos os corredores com mais velocidade, já que a São Silvestre tem 15 km, bem menos do que os 42 km da maratona, prova favorita dos quenianos. E como o evento ocorre no verão brasileiro, os horários dos treinos precisam ser modificados.

“Se eles fossem competir na Europa, treinariam bem cedo, a partir das 5h da manhã. Mas como vão para o Brasil, com tempo quente, colocamos os atletas para praticar mais tarde, a partir das 10h, já com sol forte”, explica Joseph.

Depois de todo esse processo ainda existe uma seletiva final, uma prova de 10 km disputada na cidade de Iten para escolher realmente os melhores. Antes de brilhar no asfalto paulistano, é preciso correr muito bem em terras quenianas.

Vários encaram essa disputa, porque se interessam pelos prêmios pagos aos campeões. E também porque ouvem histórias incríveis de como quenianos são queridos no Brasil.

“Eu me lembro de um episódio com o Paul Tergat, que foi cinco vezes campeão. Tanta gente queria um autógrafo que precisei colocar seguranças na porta do hotel. Era um tratamento de craque de futebol”, afirma o empresário Federico Rosa.

Caroline Komen foi seduzida por casos como esse. Ela já ganhou outras provas no Rio e em São Paulo, mas vai correr nesta quinta (31) porque percebeu que faltava algo.

“É a grande corrida do Brasil, e pode consagrar a gente”, diz Caroline Komen.

Quando soube que a entrevista era sobre a São Silvestre, Caroline se arrumou toda. Nada de traje de corrida.

Ela já entendeu que é um evento diferente. Adorado por brasileiros, desejado por quenianos e com um charme todo especial.

O Pipoco

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