Temer se reúne com Maranhão após senador ser citado como indeciso sobre impeachment
O presidente interino Michel Temer (PMDB) chamou, nesta quarta-feira (1º) o senador José Maranhão, presidente do PMDB da Paraíba, para uma conversa com o objetivo de tentar evitar que o parlamentar desista do afastamento de Dilma Rousseff (PT) no julgamento final do processo de impeachment, em fase final de tramitação no Senado.
Maranhão foi mencionado em listas de parlamentares ainda em dúvida sobre a saída definitiva da petista. Além do paraibano, foram convocados para o Palácio do Planalto Edison Lobão (MA) e João Alberto (MA), todos do PMDB.
Acompanhados do ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Geddel Vieira Lima, os senadores Maranhão, Lobão e João Alberto passaram algumas horas em uma sala ao lado do gabinete de Temer e tratavam do assunto com o chefe interino do Executivo entre uma audiência e outra. Quando Temer precisava receber visitas, Geddel se encarregava de continuar a conversa para garantir os votos dos três congressistas, no sentido de convencê-los a avalizar a saída definitiva de Dilma Rousseff da Presidência da República.
Os parlamentares que estiveram com Temer e Geddel reconhecem que a votação final do afastamento de Dilma dependerá muito das articulações políticas entre o Planalto e o Senado, e do que a Operação Lava Jato trouxer de informações nos próximos meses.
À imprensa, José Maranhão resumiu seu encontro com o presidente interino apenas como uma reunião administrativa. Ele disse que tratou da crise hídrica na cidade de Campina Grande e todo Planalto da Borborema. Maranhão teria discutido com o gestor a conclusão das obras de transposição do Rio São Francisco.
Segundo Maranhão, o presidente interino garantiu a liberação de R$ 50 milhões por mês para as obras da Transposição de forma ininterrupta para acelerar a conclusão da obra. O senador revelou ainda que o presidente Michel Temer demonstrou serenidade, mesmo diante das dificuldades que enfrenta para presidir o país num momento complicado como o atual.
Ele descartou, anteriormente, mudar seu posicionamento na votação que julgará o mérito do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT).