Projeto universitário de avicultura produz frango até 30% mais barato
Produzir frangos caipira em apenas 90 dias de criação e com custos até 30% menores em relação a produção convencional feita nas granjas. Essa atividade sustentável, rentável e que pode inserir os estudantes no mercado de trabalho surgiu dentro do Centro de Ciências Humanas e Agrárias (CCHA), no câmpus IV da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), em Catolé do Rocha.
Coordenado pelo professor Luciano Targino, o projeto “Unidade de Avicultura Alternativa” consiste na produção de frangos caipiras a partir do uso de uma tecnologia simples e com recursos disponíveis no CCHA. Para isso foi montado um experimento usando “equipamentos alternativos” como bacia de zinco e uma iluminação específica com pouca luz.
Luciano, que é zootecnista, conta que a ideia nasceu da necessidade de envolver os alunos em um projeto que gerasse renda e conhecimento, com valores bem reduzidos. Com a técnica, o professor e os alunos conseguiram diminuir os custos no que diz respeito a alimentação dos frangos, fator que mais encarece no processo de produção do animal devido ao preço elevado do milho e da soja, por exemplo.
De acordo com Luciano, nos primeiros 30 dias os animais comem apenas ração, sendo que a partir do 31º dia, eles são colocados em um cercado, onde têm acesso a capim, inseto, minhoca e outros produtos. A primeira experiência foi além do esperado.
Mesmo os frangos tendo passado apenas duas horas por dia fazendo a alimentação, em três meses atingiram um peso satisfatório, ficando prontos para o abate. O primeiro lote com a produção de 60 frangos já foi consumido. E o sabor foi outro diferencial. “Esses animais que têm acesso a capim e contato com a terra passam a ter uma vantagem na textura da carne, que vem mais corada e completamente diferente do frango comercial”, explica.
O primeiro lote de animais foi vendido e com o dinheiro foi adquirido material para iniciar uma nova experiência, agora com mais animais. Atualmente, integram o projeto 18 alunos do curso de Graduação e do Curso Técnico em Agropecuária. Alguns técnicos da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural da Paraíba (Emater) visitaram o Câmpus para conhecer a experiência e ficaram surpresos com o resultado.
O próximo passo da equipe coordenada pelo professor Luciano Targino será criar as condições para implantação de uma Empresa Junior no Câmpus de Catolé do Rocha. Para isso, ele já se reuniu com a Agência de Inovação Tecnológica (INOVATEC) e a Pró-Reitoria de Extensão (PROEX) da universidade.