Fla e Cruzeiro fazem “jogo do ano” em busca de hegemonia e protagonismo
Chegou o dia mais esperado do ano para Cruzeiro e Flamengo. Às 21h45 (de Brasília), os times decidem a Copa do Brasil, no Mineirão. Levantar a taça é o sonho dos dois para que os objetivos traçados já há algum tempo sejam alcançados. É claro que ser campeão tem um sabor especial, principalmente quando a conquista garante vaga direta na Copa Libertadores de 2018. Os clubes, no entanto, duelam por muito mais do que isso. Os respectivos projetos estão em jogo.
O Cruzeiro quer retomar o protagonismo nacional, enquanto o Flamengo sonha com a “hegemonia” tão cantada pela torcida. Existem diferenças nos processos, mas os dois têm em comum o sonho de iniciar algo grandioso com a conquista da Copa do Brasil.
O clube mineiro está longe dos holofotes desde o bicampeonato brasileiro de 2013 e 2014. O pensamento é recuperar o espaço no país o quanto antes. Há três anos, o time então comandado por Marcelo Oliveira venceu a segunda edição consecutiva do Brasileirão e foi vice-campeão da Copa do Brasil. Tudo parecia caminhar para uma tranquilidade natural, mas não foi bem assim.
Em 2015, a Raposa oscilou bastante na temporada. Depois do início ruim sob a batuta de Oliveira, a cúpula optou pela contratação de Vanderlei Luxemburgo. O técnico, contudo, passou a lutar contra a degola e Mano apareceu como o salvador antes de se aventurar no futebol chinês.
Os problemas seguiram em 2016. Deivid iniciou o ano como técnico, mas fracassou e foi substituído por Paulo Bento, português que falhou em seu desafio no Brasil. Mano, recém-demitido do futebol chinês, retornou à Toca da Raposa II.
O tempo passou, a equipe mineira está na final e almeja a taça para reconquistar o espaço no cenário nacional. A chance de recuperar a condição de protagonista não poderia vir em melhor momento. E logo contra o Flamengo, o mais popular do país.
Os cariocas se organizaram. O Rubro-negro mau pagador de outrora não existe mais. Desde 2013, a administração Bandeira de Mello trabalha para pagar dívidas e conquistar títulos. A primeira etapa vem sendo cumprida à risca. Já a segunda carece de resultados, ponto sempre cobrado pelos torcedores.
Com o poder de investimento elevado, o que resultou em contratações como Guerrero, Diego, Everton Ribeiro e Diego Alves, o Rubro-negro quer uma espécie de hegemonia no Brasil. Arrumado e com um elenco forte, o Flamengo tem a chance de iniciar uma sequência de conquistas. É assim que dirigentes e torcedores pensam: chegou a hora de dominar o cenário nacional
Mano Menezes já é uma realidade no futebol brasileiro há pelo menos uma década. A campanha de reconstrução do Grêmio, entre 2005 e 2007, e o trabalho à frente do Corinthians, clube com o qual venceu uma edição de Copa do Brasil, em 2009, puseram o gaúcho na primeira prateleira dos técnicos no país.
Depois de deixar o clube paulista, o comandante passou por seleção brasileira, Flamengo, voltou ao CT Joaquim Grava e treinou o Cruzeiro, mas nunca mais conquistou títulos de expressão – foram apenas dois Superclássicos das Américas pelo Brasil. A decisão desta quarta, portanto, é a chance do reencontro com as taças.
“O título é a coroação. Você pode fazer bons trabalhos, construir equipes, mas o título coroa tudo. É muito difícil conquistar no Brasil, o valor disso também é extremamente positivo. Se já faz tempo, é porque chegou a hora”, afirmou.
Um dos trunfos do Flamengo para chegar ao título da Copa do Brasil está no banco de reservas. O técnico Reinaldo Rueda é recém-chegado, mas foi o responsável por colocar o time na decisão ao bater o Botafogo. É justamente o retrospecto do comandante nos recentes mata-matas que anima.
Pelo Atlético Nacional-COL, Rueda venceu seis de nove disputas. Levantou todas as taças nas seis vezes em que chegou às decisões, incluindo a Copa Libertadores de 2016. Caiu duas vezes em semifinais e uma nas oitavas.
Se conquistar o tetracampeonato da Copa do Brasil para o Flamengo, Rueda aumentará o cartel positivo, sendo que já é considerado na Colômbia um especialista nesses tipos de jogos. “São muito equilibrados e intensos. É preciso ser inteligente e tomar as decisões acertadas. Se necessita de mente e corpo fortes para saber ser campeão. A diferença é mínima. Vence quem aproveitar a oportunidade. Como estrangeiro, me sinto privilegiado por viver esse momento”, encerrou.
Cruzeiro e Flamengo empataram por 1 a 1 na primeira partida e só a vitória interessa aos dois times no Mineirão. Em caso de novo empate, a decisão do título será nas cobranças de pênaltis.
CRUZEIRO X FLAMENGO
Data/hora: 27/09/2017, às 21h45 (de Brasília)
Local: Mineirão, em Belo Horizonte (BH)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (SP)
Auxiliares: Marcelo Van Gasse (SP) e Danilo Ricardo Simon Manis (SP)
Cruzeiro
Fábio; Ezequiel, Léo, Murilo e Diogo Barbosa; Henrique, Hudson, Robinho e Thiago Neves; Alisson e Raniel
Técnico: Mano Menezes
Flamengo
Alex Muralha; Pará, Réver, Juan e Renê (Trauco); Cuéllar, Willian Arão e Diego; Everton, Berrío e Guerrero
Técnico: Reinaldo Rueda