Fraude do concurso do TJPE foi feita por organização criminosa da PB
A Polícia Civil está apontando indícios de participação de membros da organização criminosa sediada em João Pessoa e descoberta durante a Operação Gabarito.
Na sua 4ª fase, em tramitação desde agosto, a ÓPERA GABARITO já conseguiu analisar mais de 15.000 arquivos digitais de membros da organização criminosa especializada em fraudar concursos públicos. Segundo informações repassadas ao Portal MaisPB pela Delegacia de Degraudações e Falsificações (DDF), alguns concursos são mantidos sob sigilo, em face da continuidade das investigações.
A DDF garante que descobriu provas concretas de atuação de membros da ORCRIM no concurso do TJPE, realizado no último domingo (15). Em destaque, conversas no aplicativo WhatsApp entre um dos líderes da ORCRIM – Flávio Luciano Nascimento Borges – e outro membro do estado de Pernambuco, Thiago Nogueira Leão, membro ainda em liberdade.
A operação gabarito já identificou mais de 100 concursos fraudados pela organização criminosa. As diligências atuais permitiram identificar 40 membros da organização criminosa, que atuam ainda livremente em diversos estados do Brasil e mais de 200 candidatos beneficiados pelo esquema.
Braço em Recife
Ainda segundo a DDF, o guarda municipal de Recife, Thiago Nogueira Leão, seria um dos braços da ORCRIM naquele estado. Leão foi preso pela primeira vez em 2015, pela Polícia Civil de Pernambuco, fraudando o concurso para a Guarda Municipal – Operação MERCADOR. O membro da ORCRIM foi preso no dia 08 de maio, no quartel general da ORCRIM. No entanto, foi solto recentemente e conseguiu atuar no concurso do TJPE.
“A Polícia Civil da Paraíba está adotando todas as medidas cabíveis para a exclusão dos beneficiados em todos os concursos identificados e para a prisão dos membros da ORCRIM que ainda estão em liberdade”, garante da DDF.
Entenda o caso
A Operação Gabarito desarticulou uma organização criminosa que fraudava concursos públicos no estado da Paraíba. Dois são apontados pela Polícia Civil como os principais nomes da quadrilha: Flávio Luciano Nascimento Borges e Vicente Fabrício Nascimento Borges. Além deles, há ainda Kamila Marcelino Crisóstomo da Silva, Jamerson Izidro, todos acusados de fraude em concurso, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
De acordo com o processo, a quadrilha era “altamente organizada e estruturada para fraudar concursos públicos em atuação há mais de 10 anos, já tendo obtido mais de R$ 12 milhões, com fraudes em mais de 60 concursos públicos em diversos estados da Federação”.