Trump quer muro na fronteira e repressão a menores por acordo de imigração
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu ajudar a proteger os jovens levados ilegalmente ao país na infância, os chamados “dreamers”, pediu no domingo que qualquer acordo de imigração inclua o financiamento de um muro na fronteira com o México.
Em uma lista de “princípios” apresentados em documentos divulgados pela Casa Branca, o governo Trump também pressionou pela repressão a menores desacompanhados que entram nos EUA, muitos deles saídos da América Central.
O plano, que foi entregue aos líderes do Congresso na noite de domingo, foi logo rejeitado pelos democratas, que buscam uma solução legislativa para o programa de proteção a crianças que entraram ilegalmente nos EUA com seus pais, que Trump encerrou no mês passado.
“O governo não pode estar falando sério a respeito de uma concessão ou ajuda aos ‘dreamers’ se começar com uma lista que é uma anátema para os ‘dreamers’, para a comunidade imigrante e para a grande maioria dos americanos”, disseram a líder democrata na Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, e o líder democrata no Senado, Chuck Schumer.
“A lista inclui o muro, que foi descartado explicitamente nas negociações. Se o presidente estava falando sério sobre proteger os ‘dreamers’, seus funcionários não fizeram um esforço de boa fé para isso”, disseram em um comunicado.
A gestão Trump quer que a ‘lista de desejos’ seja a base da reforma imigratória no Congresso e acompanhe um projeto de lei de substituição do programa do ex-presidente Barack Obama que protegeu quase 800 mil “dreamers” da deportação e lhes permitiu obter vistos de trabalho.
Se adotadas, as prioridades da Casa Branca poderiam resultar na deportação dos pais dos “dreamers”.
As propostas enfatizam a vigilância da imigração e incluem um pedido de fundos para contratar mais 370 juízes de imigração, mil advogados para a Agência de Imigração e Aduana (ICE, na sigla em inglês), 300 procuradores federais e mil agentes adicionais da ICE para aplicar as leis de imigração.
“Estas prioridades são essenciais para mitigar as consequências legais e econômicas de qualquer concessão de status a beneficiários do programa”, disse o diretor de assuntos legislativos de Trump, Marc Short, aos repórteres em uma coletiva por telefone. A Casa Branca deixou claro que não defenderá a concessão de cidadania ou de qualquer legalização da situação dos “dreamers” em um eventual acordo.
Trump disse ao Congresso que este tem seis meses para propor uma legislação para ajudar os “dreamers”, que são uma fração dos 11 milhões de imigrantes ilegais no país, a maioria deles hispânicos.