Presa na operação Calvário, a secretária de Estado da Administração, Livânia Farias, emitiu nota ao governador João Azevêdo pedindo exoneração do cargo. Ela foi detida na noite do sábado (16), ao desembarcar no aeroporto após viagem a Brasília.
Ela argumenta que o momento exige dedicação integral à sua defesa e afirma que provará sua inocência. “No dia de hoje (16) fui surpreendida com o cumprimento de um mandado de prisão expedido pelo nos autos de medida cautelar que tramita no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba. Tenho absoluta convicção de minha inocência e de que não cometi qualquer irregularidade ou ilícito à frente dos cargos públicos que exerci ao longo de minha vida profissional”, afirma Livânia.
Livânia foi levada pelos promotores e policiais para a Academia de Polícia (Acadepol), na PB 008, bairro de Jacarapé, mas, segundo decisão assinada pelo desembargador Ricardo Vital de Almeida, ela deve ficar presa 6ª Companhia de Polícia Militar, em Cabedelo.
Gestora de contrato do Estado com a Cruz Vermelha com o Estado, a secretária é suspeita de receber propina da OS contratada para gerir hospitais na Paraíba. É o que apontou depoimento de colaboração premiada de Leandro Nunes, ex-assessor da Secretaria de Administração.
Sequestro de bens equivalentes a R$ 400 mil
A decisão da Justiça que prendeu a secretária também pede o sequestro de bens equivalentes a supostos R$ 400 mil recebidos em esquema de propina junto a Cruz Vermelha. Na decisão assinada no último dia 13, quando aconteceu a 3ª Fase da Operação Calvário, o desembargador determina o sequestro de uma casa em Sousa, no Sertão do Estado, e de um carro de luxo pertencente a secretária.
“Portanto, não devem se submeter ao sequestro todos os bens (imóveis e móveis) dos ora denunciados/requeridos para, mas somente aqueles suficientes a garantir o prejuízo causado (no momento, em tese), à Fazenda Pública e evitar pulverização do capital”, diz trecho do documento.
Veja carta de exoneração de Livânia Farias na íntegra:
CARTA EXONERAÇÃO
Exmo. Sr.
Governador João Azevedo.
No dia de hoje (16) fui surpreendida com o cumprimento de um mandado de prisão expedido pelo nos autos de medida cautelar que tramita no Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba.
Tenho absoluta convicção de minha inocência e de que não cometi qualquer irregularidade ou ilícito à frente dos cargos públicos que exerci ao longo de minha vida profissional.
O momento exige integral dedicação à minha defesa jurídica. Provarei minha inocência e a verdade será restabelecida.
Desse modo, ao tempo em que agradeço a confiança sempre dispensada, solicito à V. Exa. minha exoneração do cargo de Secretária de Estado da Administração.
Livânia Maria da Silva Farias