Confronto na fronteira entre China e Índia deixa ao menos 20 militares indianos mortos
Escaramuças em uma região disputada na fronteira entre a Índia e a China deixaram ao menos 20 militares indianos mortos e um número não especificado de vítimas do lado chinês, informaram as potências asiáticas nesta terça-feira (16).
Fontes do governo indiano disseram que nenhum tiro foi disparado, mas houve uma briga entre os dois lados com soldados usando bastões de ferro e jogando pedras, o que resultou nas mortes. A China confirmou os confrontos físicos.
Trata-se do primeiro enfrentamento com mortes em mais de três décadas entre as Forças Armadas dos dois países, detentores de armas nucleares.
As tensões vêm crescendo nas últimas semanas no vale do rio Galwan, na região dos Himalaias, com os dois lados trocando acusações de avanços sobre a fronteira, que se estende por cerca de 3.500 km em uma região montonhosa.
A Índia e a China travaram uma guerra breve mas sangrenta pelo controle da região em 1962. Nas duas décadas seguintes, tentaram chegar a um acordo, mas as tratativas foram infrutíferas.
Nos últimos dez dias, retomou-se o diálogo, na tentativa de retirar centenas de tropas da região, mas novamente não se chegou a um consenso.
Mesmo que eventualmente tenham ocorrido brigas físicas envolvendo oficiais dos dois lados, ninguém havia morrido na fronteira desde 1967.
Segundo as autoridades indianas, o enfrentamento aconteceu na noite de segunda-feira (15). Militares do alto escalão dos dois países se reuniram para tentar acalmar a situação.
“Isso é extremamente, extremamente sério, isso vai contaminar qualquer diálogo que estivesse acontecendo”, disse o ex-comandante do Exército indiano D. S. Hooda.
O porta-voz do ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que houve uma grave violação do consenso alcançado pelos dois países quando tropas indianas provocaram e atacaram os chineses.
“O que é chocante é que, em 15 de junho, o lado indiano violou severamente nosso consenso e atravessou a fronteira duas vezes e provocou e atacou as forças chinesas, causando um violento confronto físico entre as duas forças fronteiriças”, afirmou Lijian a repórteres em Pequim.
As Forças Armadas da China exigiram que a Índia parasse com todas as provocações e retornasse ao diálogo.
FOLHA