Se nos últimos anos o Brasil só tinha Amanda Nunes como campeã no UFC, o paraense Deiveson Figueiredo quebrou jejum entre os homens e conquistou o cinturão peso mosca (até 57kg). O Deus da Guerra, como é chamado, detonou Joseph Benavidez logo no primeiro round, finalizou com mata-leão depois de massacrar o norte-americano com dois knockdowns e cotoveladas fortíssimas, e faturou o título na luta principal do UFC Fight Night na Ilha da Luta, neste sábado, em Yas Island, Abu Dhabi.
Deiveson quebrou jejum de três anos do Brasil sem ter um campeão entre os homens. O paraense teve uma semana de muito estresse, precisou de teste negativo para COVID-19 – foi infectado em maio – para embarcar e ainda tinha que bater o peso, o que não ocorreu no primeiro confronto com Benavidez. O brasileiro venceu o americano por nocaute técnico, em fevereiro deste ano, em Norfolk (EUA), mas, como ficaria acima do limite permitido da divisão na pesagem, não levo o cinturão.
Mas Deiveson estava em noite iluminada na Ilha da Luta. Livre da COVID-19, ele passou pela balança, confirmou o duelo pelo cinturão e massacrou Benavidez para conquistar o cinturão. O paraense partiu para pressão logo no início do combate, aplicou cruzados que levaram o americano a knockdown, aplicou fortes cotoveladas no rival e depois finalizou com mata-leão. O oponente não bateu, mas apagou e o embate foi interrompido aos 4min48 do primeiro round.
“Estou muito feliz, eu sabia que minha hora ia chegar. Agora, vou trabalhar muito para manter o cinturão e quero estar sempre preparado para o próximo desafio”, declarou o novo campeão do UFC, que exaltou as origens na pacata Soure, na Ilha Marajoara, de onde já surgiram bons lutadores de MMA. “Desde criança eu trabalho com animais bravos no Maranhão, aprendi com o instinto selvagem deles e trouxe isso para o octógono”, revelou o Deus da Guerra, em entrevista depois da grande vitória.
Deiveson ainda aproveitou para alfinetar Benavidez, que até então nunca fora finalizado na carreira. Os dois trocaram muitas provocações e farpas desde o duelo anterior, em que o americano reclamou de cabeçada do brasileiro. “Eu queria dar esse show para vocês, brasileiros, e levar o cinturão para minha cidade. Treinei para isso, falei que ia definir logo no primeiro round e eu queria finalizar, porque ele nunca foi finalizado e eu quebrei esse recorde dele. Eu queria isso, cumpri o que prometi”, frisou.
O campeão relembrou os momentos de apreensão com isolamento em hotel, antes do embarque para Abu Dhabi, testes de COVID-19, mas ressaltou a superação no momento de subir ao octógono. “Foi uma semana corrida, fiquei preso em um quarto de hotel em São Paulo, por seis dias, até provar que não estava com COVID-19. Cheguei aqui, fiquei preso de novo no hotel. Mas superei as dificuldades, bati o peso na categoria, finalizei e sou o novo campeão. Agora eu serei um cara duro para quem quiser tirar o cinturão de mim”, prometeu o paraense de 32 anos, que tem cartel de 19 vitórias e uma derrota no MMA. No UFC, ele ganhou oito vezes e perdeu uma, para o potiguar Jussier Formiga, por pontos, em março de 2019.
CARD PRINCIPAL
Deiveson Figueiredo venceu Joseph Benavidez por finalização aos 4min48 do primeiro round
Jack Hermansson venceu Kelvin Gastelum por finalização a 1min18 do primeiro round
Rafael Fiziev venceu Mark Diakiese por decisão unânime (30-27, 29-28, 29-28)
Ariane Lipski venceu Luana Dread por finalização a 1min28 do primeiro round
Askar Askarov venceu Alexandre Pantoja por decisão unânime (triplo 29-28)
CARD PRELIMINAR
Roman Dolidze venceu Khadis Ibragimov por nocaute técnico aos 4min15 do primeiro round
Grant Dawson venceu Nad Narimani por decisão unânime (30-26, 30-27 e 29-27)
Joel Alvarez venceu Joe Duffy por finalização aos 2m25 do primeiro round
Brett Johns venceu Montel Jackson por decisão unânime (triplo 29-28)
Amir Albazi venceu Malcolm Gordon por finalização aos 4m42 do primeiro round
Arman Tsarukyan venceu Davi Ramos por decisão unânime (30-27, 30-27 e 29-28)
Sergey Spivak venceu Carlos Boi por decisão majoritária (29-27, 29-27 e 28-28)
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