Inter amarga três eliminações em 2020 e repete frustração de título perdido no fim
O empate contra o Corinthians com pênalti e dois gols anulados, um deles no último minuto, já aponta o roteiro dramático que o Inter vivenciou no encerramento do Brasileirão de 2020. Mas foi o ponto final de uma temporada recheada de frustrações. Neste fim de semana, o Colorado ainda lambe as feridas de três eliminações e a perda do segundo título que chegou perto em temporadas consecutivas.
Após se reestruturar com o retorno da Série B em 2018, o Inter ascendeu à decisão da Copa do Brasil em 2019. Bateu de frente com o Athletico-PR e deu a esperança de que o torcedor faria as pazes com os momentos de glória. Não foi o que aconteceu. O time perdeu as duas partidas da final e amargou o vice.
A decepção virou combustível para mudar o panorama na entrada do novo ano. Os colorados se empolgaram com a chegada de Eduardo Coudet e uma revolução na filosofia de trabalho. A retomada do Gauchão era a obsessão do primeiro semestre.
Só que o Inter sequer teve a chance de disputar a final. Perdeu para o Grêmio na semifinal do primeiro turno e na final do segundo. Sem vencer o rival, o argentino seguiu respaldado e, após a parada durante a pandemia do coronavírus, levou o time à liderança do Brasileirão.
Ao mesmo tempo, o time avançava na Copa do Brasil e na Libertadores. No início de novembro, contudo, o treinador abandonou o barco para viver o sonho europeu no Celta de Vigo, da Espanha. Em meio à disputa eleitoral para a presidência do clube, a diretoria colorada recorreu ao ídolo Abel Braga.
Copa do Brasil e Libertadores em sequência
Sem tempo de passar seus métodos ao grupo, Abel tentou manter o sistema de Coudet e de cara foi eliminado nas quartas de final da Copa do Brasil, para o América-MG, nos pênaltis. Em dezembro, veio a terceira decepção em mata-mata. Novamente nas penalidades, o Colorado deu adeus à Libertadores nas oitavas de final, diante do Boca.
Restava o Brasileirão, mas, àquela época, a liderança havia virado fumaça. Até mesmo a vaga na Libertadores de 2021 parecia distante. Então, Abelão ajeitou o time com algumas mudanças e desandou a ganhar.
O Inter venceu nove partidas seguidas, um novo recorde no Campeonato Brasileiro de pontos corridos. No dia 20 de janeiro, goleou o São Paulo por 5 a 1 e lhe roubou a liderança. Um feito que mostrava a força necessária para rumar ao título após 41 anos da Série A.
A ascensão flamenguista e queda colorada
Ao mesmo tempo, o Flamengo dava sinais de recuperação e começava a subir na tabela. Na contramão, o Colorado perdeu a invencibilidade e abusou de tropeços. Até que na penúltima rodada as duas equipes, líder e vice, se enfrentaram em uma espécie de “final” antecipada.
Polêmicas de arbitragem à parte, os rubro-negros venceram por 2 a 1 e pularam na frente na tabela, com um ponto de diferença. O sonho da taça seguia vivo, mas dependia de um tropeço do Fla contra o São Paulo e vitória colorada sobre o Corinthians no último ato do Brasileirão.
Maurício Saraiva avalia empate do Inter e fala da queda colorada nos momentos decisivos
O desfecho teve mais uma frustração colorada, sem conseguir tirar o zero do placar enquanto o São Paulo ajudava com uma vitória por 2 a 1 sobre o Flamengo. Pelo segundo ano seguido, as lágrimas de tristeza bateram à porta do Beira-Rio de forma quase cruel.
– O grupo fica lembrado pelo esforço que fez na temporada, pelas mudanças que teve, mudou de treinador em um momento quase que final do campeonato. Chegou o professor Abel, lançou muitos jovens, que é muito importante para o clube. Perdemos o título, mas tem coisas boas – destacou Edenilson na entrega do prêmio Bola de Prata, da ESPN.
Uma nova temporada já está em andamento para os colorados voltarem a sorrir. A maior parte do grupo principal tirou 10 dias de folga, enquanto um time recheado de jovens dá início ao Gauchão 2021 na segunda-feira. O Inter recebe o Juventude no Beira-Rio às 20h.
Globo Esporte