Venezuela terá 14 dias de ‘quarentena radical’ para deter variante brasileira
O governo da Venezuela decretou neste domingo um confinamento de 14 dias, que começará nesta segunda-feira e se prolongará até o fim da Semana Santa. A medida objetiva impedir o avanço da variante brasileira do coronavírus, que provocou um aumento expressivo dos casos no país.
— Anuncio que a Páscoa deste ano estará novamente em uma quarentena radical — disse o líder do regime venezuelano, Nicolás Maduro, durante um discurso transmitido pela televisão estatal.
O país tem adotado um esquema denominado 7 por 7, que consiste em sete dias de relaxamento, seguidos de sete de “quarentena radical”. Desta vez, preocupado com a variante brasileira e com um “relaxamento” dos cidadãos, Maduro pediu para reforçar a quarentena.
Na sexta-feira, o governo venezuelano alertou para a chegada de uma segunda onda da Covid-19 “mais virulenta” do que a registrada em 2020, em decorrência do aparecimento de uma variante do vírus detectada em Manaus.
Sem detalhar o percentual, Maduro destacou que, por conta disso, “a ocupação de leitos hospitalares está aumentando” na Venezuela. Há muitos relatos de que o já frágil sistema de saúde do país está implodindo com o rtimo acelerado de transmissão.
Embora a variante brasileira seja um “fator fundamental” no aumento de casos confirmados, o “fator multiplicador” é o “relaxamento das medidas de prevenção”, disse o presidente. Ele deu como exemplo uma festa na piscina de um hotel em Caracas com mais de 200 pessoas que mereceu a intervenção da polícia.
— Vamos ter 14 dias, duas semanas de quarentena radical, com a máxima vigilância do Estado e das instituições. Assim fazemos pela saúde da família, pela saúde do nosso povo — disse.
Maduro citou as recomendações da comissão presidencial encarregada de monitorar o coronavírus: “minimizar a mobilidade desnecessária da população, evitar concentrações de pessoas nos espaços públicos, reduzir atividades bancárias e comerciais não essenciais”.
Até sábado, o governo venezuelano confirmou 150.306 infecções e 1.483 mortes no país com 30 milhões de habitantes. Os números são questionados pela oposição e por organizações não governamentais que denunciam uma elevada subnotificação.
A Venezuela iniciou sua campanha de vacinação em fevereiro com o imunizante russo Sputnik V, tendo como prioridade profissionais da saúde e autoridades. Em março, também passou a aplicar a injeção da farmacêutica chinesa Sinopharm.
O Globo