Governo já avalia adiar votação de novo Conselho da Petrobras
O governo federal pode retirar da pauta da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da Petrobras a votação para eleger os novos integrantes do Conselho de Administração. O encontro virtual dos acionistas está marcada para o próximo dia 13 de abril.
Segundo uma fonte do setor, a retirada da pauta para escolher os membros do Conselho está na mesa como possibilidade também. Pelas regras da estatal, o governo, que é controlador, pode requerer a companhia que ela retire a votação da pauta. E a estatal pode submeter a matéria a votação no dia da assembleia. “Como o governo tem a maioria, ele consegue aprovar a retirada”, destacou a fonte.
O plano B do governo ganhou força após acionistas minoritários da Petrobras começaram a pressionar a estatal para tentar suspender a Assembleia. O movimento vem sendo liderado pelos fundos de investimento estrangeiros, que já sinalizaram à estatal e ao Institutional Shareholder Services (ISS), espécie de justiça eleitoral privada, que estão tendo problemas com as cédulas de votação por conterem nomes que já que foram descartados.
Mais 30 dias de indefinição
Entretanto essa solução gera problemas. Embora exista a possibilidade de o governo adiar a votação do novo conselho na assembleia, isso ainda não foi decidido e alguns fatores pesam contra essa decisão. O mais importante deles é que o prazo de convocação de uma assembleia extraordinária é de 30 dias. Portanto, a crise seria prolongada por mais um mês, mesmo que já se tenham nomes definidos.
O governo também pode legalmente indicar nomes para o Conselho — e, portanto, para a presidência da empresa — até a véspera da assembleia. A aprovação dos nomes no Comitê de Pessoas pode ser feito após a análise do encontro de acionistas. Com isso, o governo ainda trabalha com o dia 13 de abril para confirmar os nomes para a estatal e espera que até os nomes sejam indicados.
Prorrogação
Não há uma preocupação de a estatal ficar acéfala, pois os mandatos atuais dos conselheiros e presidente da estatal podem ser postergados. No caso de Silva e Luna não aceitar continuar como presidente, algum diretor da estatal pode assumir o comando de forma interina, pontuou uma fonte. Outra possibilidade é que algum representante do Conselho possa ser nomeado. Segundo essa fonte, os próprios integrantes do governo não estão conseguindo chegar a um nome em comum.
Uma outra fonte destacou ainda que há um “movimento para emplacar um dos Almirantes na presidência do Conselho “. Segundo uma outra fonte do setor, a busca por um novo nome para Petrobras vem gerando dúvidas no próprio mercado.
Após Décio Oddone ter recusado o convite para comandar a estatal, segundo Lauro Jardim em seu blog, um executivo disse que “para que alguém seja escolhido rapidamente deveria ser alguém já dentro da empresa, a exemplo de conselheiros que estão sendo reconduzidos”, disse. Mas um assessor do ministro da Economia Paulo Guedes também estava cotado, segundo revelou O GLOBO.
O Globo