Exército e Marinha terão troca de comando antes da posse da Lula
O futuro ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, se encontrou na manhã desta segunda-feira com o atual comandante da pasta, general Paulo Sérgio Nogueira, para uma conversa na qual decidiram antecipar a transmissão de comando da Marinha e do Exército. Segundo apurou O GLOBO, a previsão é de que as sucessões dos cargos de comando nas duas forças sejam oficializadas ainda nesta semana. Na Aeronáutica, a passagem de comando está programada para acontecer no dia 2 de janeiro, um dia depois da posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A primeira transmissão a ser definida, da Marinha, ocorrerá até quinta-feira, 29, quando o almirante Marcos Sampaio Olsen deve ser oficializado na Força. No dia seguinte, o general Júlio Cesar de Arruda deve assumir o posto de comandante do Exército. O comandante da Aeronáutica será o tenente-brigadeiro do ar Marcelo Kanitz Damasceno.
O atual ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, agendou para a próxima quinta-feira (29) sua despedida do ministério. Prevista para às 16h30, a cerimônia incluirá a realização de um retrato do general para a galeria oficial de ministros. O convite, ao qual O GLOBO teve acesso, foi divulgado internamente e apenas funcionários da pasta deverão participar, além de convidados. Ele permanecerá no cargo até dia 31.
Lula havia definido os nomes para as três Forças em 8 de dezembro, logo após escolher Múcio como futuro ministro. Os novos comandantes das Forças Armadas vão substituir o almirante Almir Garnier Santos (Marinha); o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior (FAB) e o general Marcos Antonio Freire Gomes (Exército). Eles tomaram posse em abril de 2021, depois que os antecessores rejeitaram maior alinhamento político ao presidente Jair Bolsonaro e deixaram os cargos.
A indicação dos nomes que vão compor a Defesa é considerada estratégica para o presidente eleito, diante da politização das Forças Armadas. Tradicionalmente, a passagem de comando no caso de mudança de governo costuma ocorrer em janeiro, mas houve um movimento dos atuais comandantes indicados por Jair Bolsonaro para deixarem os cargos antes do fim do governo, num gesto interpretado nos bastidores como uma recusa a não serem comandados pelo presidente eleito.
O Globo