Mulher que não podia segurar filha no colo recebe alta após transplante de coração na Paraíba
Andrezza recebeu alta nesta sexta-feira (25), após transplante de coração (Foto: Divulgação/Secom-PB)
Segurar um filho no colo é natural para as mães e muitas vezes não requer nenhum esforço. Mas, esse ato de amor e cuidado tão instintivo era uma tarefa difícil de ser realizada pela paraibana Andrezza Soares Silva, de 29 anos, devido a um problema cardíaco. Após fazer um transplante de coração e receber alta nesta sexta-feira (25), agora a jovem finalmente poderá voltar para casa e segurar a filha bebê nos braços.
“Eu estou muito feliz, me sentindo muito bem, e só tenho a agradecer: a Deus, à família do doador e a toda a equipe que cuidou muito bem de mim neste período. Finalmente vou poder voltar para casa, cuidar dos meus filhos, da minha bebê que eu não conseguia pegar pois me cansava muito”, contou Andrezza.
Conforme apurou o ClickPB, Andrezza recebeu o novo coração no dia 14 de julho. A cirurgia foi realizada Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, localizado em Santa rita, na Região Metropolitana de João Pessoa.
De acordo com a médica cardiologista Tauanny Frazão, Andrezza era uma paciente delicada. Ela sofria de insuficiência cardíaca grave, por causa de uma febre reumática. Com a alteração das válvulas cardíacas, a jovem já havia realizado a troca da válvula mitral, mas não estava evoluindo bem e apresentava cansaço aos mínimos esforços.
“Ela é superespecial, porque durante a avaliação de transplante, há dois anos na fila já, acabou engravidando e teve que esperar um pouco mais. Ela foi muito corajosa, pois passou por uma gravidez complicada, teve uma bebê de maneira prematura, mas graças a Deus as duas sobreviveram e ela pôde voltar para a lista de transplante, recebendo, após cinco meses, um novo coração, que está batendo de uma forma maravilhosa no peito dela”, disse Tauanny.
A nova vida de Andrezza só foi possível graças ao “sim” que a família de um adolescente de 16 anos deu para a doação de múltiplos órgãos, após a confirmação da morte encefálica dele.
A captação do coração aconteceu no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, e o órgão foi levado pelo Corpo de Bombeiros, com escolta da Polícia Rodoviária Federal (PRF), até o aeroporto do município, de onde foi levado no avião do Coração Paraibano até o aeroporto de João Pessoa, de onde seguiu para o Metropolitano em uma viatura dos Bombeiros.
“Nós só temos a agradecer a essa família, que em meio a tanta dor, pôde demonstrar este ato de generosidade e empatia em doar órgãos, doar vida”, completou a médica.
Para Andrezza, agora fica a esperança de uma vida melhor. “Meu sonho é andar de bicicleta, que eu não podia, e agora posso. Tudo isso graças ao sim da família do doador. Por causa disso, hoje eu estou viva e sou outra pessoa”, ressaltou.
O Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires é referência em cardiologia e neurologia e recebeu o credenciamento para realização do transplante cardíaco em junho de 2020. Desde então, foi implantado na unidade o Ambulatório de Transplante para atendimento a pacientes candidatos ao procedimento.
Além do transplante em adultos, o Metropolitano tornou-se o 5º hospital público do país habilitado para fazer transplante de coração pediátrico. De 2022 até este mês de agosto, já foram realizados cinco transplantes cardíacos, além de várias captações de múltiplos órgãos.
ClickPB