Philippe Lazzarini também afirmou que hospitais foram atingidos por ataques e estão sem energia, deixando pacientes sem cuidados, e que os abrigos estão tão lotados que alguns deslocados são obrigados a viver nos banheiros desses locais.
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“De acordo com relatos, pessoas que tentam fugir estão sendo mortas, seus corpos deixados na rua. Missões para resgatar pessoas sob os escombros também estão sendo negadas. (…) Negar e armar assistência humanitária para atingir propósitos militares é um sinal de quão baixa é a bússola moral”, postou o chefe da UNRWA, pedindo um acordo de cessar-fogo.
Os relatos também foram feitos por moradores e médicos de Gaza para a agência de notícias Reuters. Segundo eles, hospitais e abrigos estão sitiados nesta segunda devido à intensificação das operações israelenses.
No campo de refugiados de Jabalia, tropas cercaram homens e ordenaram que mulheres deixassem o local. Um ataque aéreo israelense em uma casa matou cinco pessoas e feriu várias outras, disseram médicos.
Autoridades de saúde também disseram à Reuters que recusaram ordens do Exército israelense para evacuar os três hospitais da área ou deixar os pacientes desacompanhados, e que pelo menos 26 pessoas foram mortas em Gaza nesta segunda-feira.
De acordo com profissionais do Indonesian Hospital, nesta segunda, soldados de Israel invadiram uma escola e detiveram os homens antes de incendiá-la. O fogo atingiu os geradores do hospital e causou uma queda de energia.
“O Exército está queimando as escolas ao lado do hospital e ninguém pode entrar ou sair do hospital”, disse uma enfermeira, que pediu para não ser identificada.
No hospital Kamal Adwan, foram relatados bombardeios israelenses pesados perto do local durante a madrugada.
Em comunicado, as Forças de Defesa de Israel afirmam estar operando contra “terroristas e infraestrutura terrorista” na área de Jabalia, mas que suas tropas ajudaram milhares de civis a evacuar com segurança por rotas organizadas.
Mortos em ataques de Israel no fim de semana
O Ministério da Saúde de Gaza, vinculado ao Hamas, informou neste domingo (20) que 87 pessoas morreram ou estão desaparecidas sob os escombros após ataques de Israel que atingiram vários edifícios e casas na cidade de Beit Lahiya, no norte da Faixa de Gaza, no sábado (19). Dezenas de pessoas também ficaram feridas.
Médicos dizem que os bombardeios atingiram um prédio de vários andares e danificaram várias casas próximas.”Esta é uma guerra de genocídio e limpeza étnica. A ocupação conduziu um massacre horrível em Beit Lahiya”, disse o escritório de mídia do Hamas.
Autoridades comandadas pelo Hamas disseram no sábado que pelo menos 73 pessoas foram mortas no bombardeio. Em comunicado, as Forças de Defesa israelenses afirmam que estão verificando os relatos de vítimas, mas que uma análise preliminar sugere que os números do Hamas foram exagerados e não correspondem à realidade.
“Os números publicados pelo Escritório de Informações Governamentais do Hamas em Gaza são exagerados e não se alinham com as informações mantidas pela IDF, as munições precisas usadas e a precisão do ataque a um alvo terrorista do Hamas. A IDF continua a examinar e pede à mídia que aja com cautela sobre informações divulgadas por fontes do Hamas, pois elas provaram ser extremamente não confiáveis em incidentes anteriores. Enfatizamos que a área em questão é uma zona de guerra ativa. A IDF está operando com precisão e está fazendo todo o possível para evitar causar danos a civis”, afirma o texto.
Os bombardeios israelenses atingiram Jabalia e Shati, no norte, além de Al-Maghzai e Nuseirat, na região central de Gaza, e Khan Younis e Rafah, no sul.
ONGs que atuam em Gaza e a população local vêm acusando Israel de estar atacando o campo de refugiados de Jabalia para “limpar” o território e criar uma zona tampão no norte de Gaza. Israel nega.
Moradores e autoridades médicas dizem que as forças israelenses estão bombardeando casas e sitiando hospitais, impedindo a entrada de suprimentos médicos e alimentares para forçá-los a deixar o acampamento.
“Os hospitais no norte de Gaza sofrem com a escassez de suprimentos médicos e mão de obra e estão sobrecarregados pelo número de vítimas. Agora estamos tentando decidir quem entre os feridos precisamos atender primeiro, e vários feridos morreram porque não conseguimos lidar com eles”, denunciou o médico Hussam Abu Safiya à agência de notícias Reuters.
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