De Monteiro à UNIFESP: a inspiradora jornada de Fagner rumo ao sonho de ser Médico
Foto: Arquivo Pessoal. |
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“Sou natural de Monteiro, cidade do interior da Paraíba com pouco mais de 30 mil habitantes. Toda a minha vida estudei em escolas públicas. Me sentia despreparado para os vestibulares. Só cheguei a ter ciência da real importância do Enem no meu terceiro ano do ensino médio”, relembra ele, destacando as dificuldades iniciais de sua jornada.
Filho de uma doméstica que também dava aulas de reforço para crianças, ele cresceu em um ambiente onde o esforço e a educação sempre foram valorizados. Terminou o Ensino Médio na Escola Estadual José Leite de Sousa, mas logo entendeu que, para competir nos vestibulares, precisava de uma preparação mais focada. Mesmo enfrentando dificuldades financeiras, conseguiu uma bolsa para um cursinho pré-vestibular em Campina Grande – PB, onde teve o primeiro contato com os conteúdos exigidos nas provas. Neste ano, foi aprovado em Ciência da Computação na UFCG, mas após quase dois anos de curso, decidiu que não era a carreira que queria seguir.
O desejo de ingressar na Medicina, que antes havia sido ofuscado pela sensação de incapacidade, foi reacendido. Ele se dedicou ao estudo autodidata, apoiando-se em livros digitais e em grupos virtuais. Seu cotidiano passou a ser marcado por 16 horas de estudo diárias, com intervalos apenas para as refeições. Nos domingos, realizava simulados e se permitia descansar.
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Na Paraíba, foram dois anos de muita luta sem sucesso nas provas, até que amigos sugeriram que ele tentasse vestibulares em São Paulo. “Repleto de ajuda financeira de familiares e conhecidos, vim sozinho para São Paulo. Cheguei aqui com pouco mais de R$ 500,00”, conta ele, emocionado ao lembrar do apoio recebido.
No primeiro ano prestando vestibulares em São Paulo, ele enfrentou um ritmo intenso. Prestou 14 vestibulares. Embora não tenha ido para a segunda fase da USP, que é a universidade mais concorrida do país, por apenas dois pontos e não passado para a UNIFESP por três pontos, Fagner notou que toda essa dedicação estava tornando seu sonho cada vez mais próximo. Nesse período, ele também teve a oportunidade de trabalhar e estudar no Anglo Vestibulares, onde encontrou uma rede de apoio que marcou profundamente sua trajetória.
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Sem desanimar, dedicou-se ao segundo ano utilizando novas estratégias. Embora tivesse que conciliar 6h de trabalho diários à rotina intensa de estudos, este foi o ano de sua sonhada aprovação. Mantendo o ritmo das 6h de manhã às 23h, utilizou suas férias de 30 dias para dedicar-se ao vestibular UNIFESP, período no qual resolveu mais de 13 provas antigas, com duração de 8h cada uma, além de corrigir seus erros. Foi esse esforço que o levou a conquistar sua vaga na Escola Paulista de Medicina.
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“Foi tudo muito ‘suado’, um perrengue atrás de outro, mas acabou dando incrivelmente certo. Estou em um lugar no qual nunca imaginei que fosse estar”, celebra ele, que faz questão de ressaltar que sua trajetória não é baseada apenas em mérito individual.
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Imagem: Youtube Fagner Medical Journey |