Gol no fim evita a derrota, mas Cruzeiro tem novo jogo fraco e acesso é cada vez mais distante
Quem olhar o resultado do jogo entre Cruzeiro e Vasco não vai se assustar. Novamente, a Raposa empatou na Série B. Se o resultado não muda, as atuações sim, oscilam bastante. Contra o Vasco, o Cruzeiro não conseguiu se impor, sofreu demais e, se Fábio não tivesse ligado no jogo, o gol de Ramon, no apagar das luzes de São Januário, poderia ter sido em vão.
O time iniciou a partida contra o Vasco com três alterações em relação à última escalação. Marco Antônio, Giovanni e Thiago foram titulares, com Rômulo sendo deslocado para a lateral direita. A ideia era explorar os contra-ataques e, na visão de Vanderlei Luxemburgo, a presença do atacante na beirada do campo seria o ideal para executar essa função. Em campo, a história não foi bem assim.
O primeiro tempo do Cruzeiro foi um desastre, talvez um dos piores da nova ‘era Luxemburgo’. Matheus Pereira e Rômulo não conseguiram conter o ataque adversário e sempre sofriam nas descidas dos adversários. O meio-campo foi praticamente inexistente, com apenas Adriano marcando. Thiago, que ficou pela ponta esquerda, também apresentou dificuldades em marcar os vascaínos por aquele setor.
A Raposa não tinha alternativas durante a partida. A saída de bola era inexistente e a ideia de ter um time mais leve não vingou. Sem conseguir dominar o meio-campo na partida, o Cruzeiro via o Vasco conduzir a partida e aí apareceram as boas defesas do goleiro Fábio. Foram duas intervenções para manter o placar no 0.
Porém, nem Fábio conseguiu evitar quando Nenê empurrou a bola para o fundo das redes abrindo o placar, fazendo justiça com o que acontecia o campo – o Vasco saiu vencedor da primeira metade do jogo.
A única boa jogada do ataque cruzeirense foi quando Thiago, que já tinha se deslocado para jogar mais centralizado, foi lançado por Marco Antônio e ficou frente a frente com Vanderlei, mas finalizou para fora. Na volta do intervalo, o Cruzeiro já tinha duas alterações. Wellington Nem saiu machucado ainda no fim da primeira etapa e Claudinho foi acionado para o lugar de Marcelo Moreno.
Assim, Thiago voltou a jogar mais centralizado e a equipe do Cruzeiro começou a se organizar melhor dentro do campo. Voltando a disputar as bolas no meio-campo, as alternativas começaram a aparecer. Superada a primeira barreira, era preciso vencer um outro adversário presente nos jogos da equipe celeste: a dificuldade técnica.
Não faltou esforço, a equipe foi muito aguerrida e correu, assim como Luxemburgo já avisou que precisa ser durante a Série B. Acontece que falta qualidade para o Cruzeiro aproveitar as chances criadas. Assim, a equipe até tem o domínio da partida, mas não consegue traduzir isso em perigo para o gol adversário.
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Muitos erros de passe, finalizações erradas e não existem tantas alternativas no elenco para mudar o atual cenário. Quando consegue criar as alternativas, falta a qualidade para marcar o gol – o que impede a equipe de alcançar as vitórias. São apenas seis, em 25 rodadas. Das 20 equipes que disputam a Série B, apenas quatro venceram menos.
Apesar da invencibilidade sob o comando de Luxemburgo, o Cruzeiro não está na melhor das fases. Contra o Vasco, um pênalti não foi marcado a favor da equipe celeste – fato que poderia ter mudado a história do jogo. O gol de Ramon poderia ter adicionado três pontos pro clube na classificação, e não apenas um. O Cruzeiro está apenas na 13ª colocação com 31 pontos.
São 10 pontos de diferença para o G4 – com um jogo a mais que todos os adversários. Ao final da 25ª rodada, poderão ser 13 pontos distanciando a equipe celeste do grupo de clubes que garantem o retorno à elite do futebol brasileiro. Com o que vem mostrando dentro do campo e sem conseguir as vitórias – que são cada vez mais essenciais – parece que a realidade cruzeirense na próxima temporada continuará sendo a segunda divisão.
Globo Esporte