Julian Assange sofreu ‘pequeno derrame cerebral’ na prisão, afirma companheira
O fundador da WikiLeaks, Julian Assange, sofreu um pequeno acidente vascular cerebral na prisão no final de outubro, declarou sua companheira Stella Moris, na noite de sexta-feira (10).
Assange, de 50 anos, está preso preventivamente na penitenciária de segurança máxima Belmarsh, na Inglaterra, enquanto tenta evitar a extradição para os Estados Unidos, onde enfrenta ao menos 18 acusações criminais, incluindo uma violação da lei de espionagem, e conspiração para invadir computadores do governo.
Moris, mãe de dois filhos com Assange, afirmou que o companheiro teve o derrame em 27 de outubro, primeiro dia de análise da apelação dos Estados Unidos contra a rejeição de extraditar Assange.
“Tem que ser libertado. Agora”, publicou Moris em seu perfil numa rede social no sábado (11) à noite.
O jornal Mail on Sunday informou que Assange sofreu um “acidente isquêmico transitório”, durante o qual o fluxo de sangue de uma parte do cérebro foi brevemente interrompido. O derrame provocou perda de memória, sinais de danos neurológicos e a queda de sua pálpebra direita. Desde então, está tomando medicamentos, segundo o jornal.
“Acredito que esse constante jogo de xadrez, batalha após batalha, esse estresse extremo, é o que causou esse derrame cerebral em Julian em 27 de outubro”, disse Moris.
A informação sobre o estado de saúde de Assange chega dois dias depois de uma vitória importante dos Estados Unidos para obter a extradição. Na sexta (10), a Justiça do Reino Unido aprovou um pedido de recurso americano, deixando Assange um passo mais próximo da extradição.
Os advogados de Assange anunciaram que vão recorrer ao Tribunal Supremo britânico e a tribunais internacionais se for necessário.
Sete anos em embaixada
Considerado por apoiadores como uma vítima de ataques contra a liberdade de expressão, Assange passou sete anos vivendo dentro da embaixada do Equador em Londres.
Após este período, ele foi preso pelas autoridades britânicas e está há mais de dois anos na penitenciária de segurança máxima na Inglaterra.
Em janeiro deste ano, os EUA chegaram a ter um novo pedido de extradição negado pela justiça do Reino Unido que alegou existir um risco de Assange cometer suicídio.
O australiano, que conta com o apoio de várias organizações de defesa da liberdade de imprensa, publicou de cerca de 700.000 documentos militares e diplomáticos confidenciais.
Nos Estados Unidos, ele pode enfrentar uma pena de 175 anos de prisão.
G1