Brasil pode fazer ‘escambo’ de alimentos por diesel, diz Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira que, em caso de desabastecimento mundial de petróleo, o Brasil poderia praticar uma espécie de escambo, oferecendo alimentos em troca do diesel de outros países.
“Vou falar um absurdo para você aqui. Nós podemos partir para o escambo, troca. Tem país que refina petróleo e tem diesel em abundância. Nós temos alimentos. O que é mais importante, alimento ou comida? Os dois são importantes. Mas a comida é mais importante”, disse Bolsonaro, em entrevista ao SBT News.
De acordo com o presidente, essa situação não será necessária caso a guerra entre Rússia e Ucrânia seja encerrada.
“Nós alimentamos mais de 1 bilhão de pessoas mundo afora. Então, nós damos garantia alimentar para nós e para grande parte da população. Então, nós temos como medidas partir até mesmo para o escambo. Logicamente, se esta guerra acabar lá fora, tudo no meu entender volta à normalidade.”
Na mesma entrevista, Bolsonaro também disse que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) anunciada na segunda-feira para reduzir os impostos sobres os combustíveis não será suficiente para conter o aumento nos preços.
“Sabemos que não basta isso daí (PEC anunciada). Nós vamos ter que acionar todos os meios nossos para que essa redução de impostos chegue na bomba, nos finalmente. Se não, pode desaparecer no meio do caminho. Nas transportadoras, o próprio dono do posto de combustível.
O presidente disse que já sugeriu a caminhoneiros que tirem fotos dos painéis em postos de gasolina.
“Quero que cada posto de gasolina tenha o valor lá, por exemplo, da gasolina, preço de custo da gasolina da refinaria da qual ele recebe. Hoje comecei a falar para os caminhoneiros, todo mundo, fotografar ali os painéis das bombas de combustíveis. Porque quando se promulgar a PEC, e se sancionar o projeto de lei, que já foi aprovado na Câmara e está no Senado, a redução já é pro dia seguinte.”
Bolsonaro reconheceu que o governo cogitou decretar estado da calamidade pública, mas disse que um dos impeditivos foi que isso impediria reajustes para servidores públicos. O decreto de calamidade foi cogitado como uma forma de possibilitar mecanismos para derrubar o preço dos combustíveis.
“Não está enterrado. Está ali, é uma arma que você tem e você pode apertar o botão a hora que você bem entender. Neste momento, foi estudado isso e chegamos à conclusão que não era o caso apertar o (botão do) decreto de calamidade. De imediato, você não pode dar reajuste para servidores por dois anos e uma série de outras coisas.”
O Globo