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Grêmio empata com Atlético-MG e conquista a Copa do Brasil

gremio-campeao-300x195 Grêmio empata com Atlético-MG e conquista a Copa do Brasil

O futebol tomou fôlego no Brasil pela primeira vez desde o acidente aéreo na Colômbia na terça (29) que matou 71 pessoas, entre elas 19 jogadores e 24 membros da delegação da Chapecoense.

Na partida que retomou o esporte nacional após o desastre, o Grêmio e o Atlético-MG empataram em 1 a 1, resultado que deu ao time gaúcho sua quinta taça da Copa do Brasil, superando assim o Cruzeiro e isolando-se como o maior vencedor histórico do torneio -honraria garantida pela vitória por 3 a 1 no jogo de ida, em Belo Horizonte.

A decisão foi marcada por muitas homenagens às vítimas do voo de Medellin e à Chapecoense.

Gremistas e atleticanos entoaram coros de suporte à equipe catarinense, como o já conhecido “vamos, vamos, Chape”. Uma enorme camisa da Chapecoense foi estendida como uma bandeira sobre os torcedores antes do jogo.

No gramado, os jogadores das duas equipes se abraçaram em um círculo também composto por profissionais da imprensa -20 jornalistas morreram no acidente.

Fato raríssimo, se não inédito nos estádios brasileiros, o minuto de silêncio pedido foi plenamente respeitado, e a Arena do Grêmio não teve barulho antes da decisão.

No centro do campo, foram estendidas bandeiras do Brasil e da Colômbia, país-sede do Atlético Nacional, que seria adversário da Chapecoense na final da Sul-Americana. O goleiro do Atlético-MG Victor estava entre os mais emocionados, chorando bastante.

Nas transmissões, todos os jornalistas vestiram um uniforme verde em tributo ao clube de Santa Catarina.

No primeiro tempo, o Atlético-MG, treinado pela primeira vez por Diogo Giacomini após a demissão de Marcelo Oliveira, apresentou traços de organização tática que não existiam com o técnico anterior. Velozes, Robinho e Luan fizeram a bola circular na frente da área do Grêmio, frequentemente servidos por Rafael Carioca. Exercendo marcação intensa, o time mineiro teve mais posse de bola durante quase todo o jogo.

A vantagem confortável construída no primeiro jogo da final fez com que Renato Gaúcho colocasse o Grêmio para jogar no contra-ataque. E foi assim que o time construiu a chance mais clara de gol da primeira etapa.

Douglas disputou bola no meio de campo e, entre dois marcadores, fez longo lançamento de calcanhar para Everton que, cara a cara com Vitor, bateu para o goleiro atleticano fazer a defesa.

No segundo tempo, a tônica manteve-se a mesma, com o Atlético-MG exercendo pressão com Robinho, Luan e Pratto, mas pouco exigindo do goleiro Marcelo Grohe.

Nos últimos minutos, o jogo ganhou em emoção. Aos 43 minutos, em contra-ataque, Everton cruzou e Bolaños fez o gol gremista.

Já nos acréscimos, Cazares chutou de trás do meio de campo, pegou Grohe de surpresa e deixou tudo igual com um belíssimo gol.

Durante boa parte do jogo, os atletas deixaram de lado discussões mais ríspidas típicas de partidas decisivas, o que pareceu um sintoma do impacto da tragédia da última semana.

No entanto, ao final do jogo, alguns jogadores trocaram empurrões e bateram boca, em atitude contrária ao clima da noite.

“Felicidade é imensa. Só de ver a alegria do torcedor a gente fica realizado. Foi justa a conquista”, disse o meia Douglas, do Grêmio, após o apito final.

“O campeão voltou. O Grêmio nunca deixou de ser grande”, disse Grohe, que comemorou com camisa da Chapecoense e cartaz com os nomes dos goleiros Danilo, que morreu no acidente, e Follmann, em recuperação na Colômbia.

UOL

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