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Em meio a greve geral, Argentina retoma debate sobre nova Previdência

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O Congresso argentino retomou nesta segunda-feira (18) o debate do projeto de uma nova lei de previdência, parte do pacote de ajustes econômicos do governo Mauricio Macri, após cenas de violêncianas ruas e discussões acaloradas entre parlamentares levarem à sua interrupção na semana passada.

O clima para o início da nova discussão não foi menos tenso. Pelo menos 60 pessoas foram detidas, segundo a polícia, e 12 policiais foram feridos em confrontos. Os hospitais relataram à mídia local terem atendido ao menos 54 manifestantes e 55 policiais feridos.

No fim de semana, os principais sindicatos convocaram uma greve de 24h, que começou às 12h desta segunda, afetando o transporte público, o comércio e voos nacionais e internacionais. A continuidade da greve é avaliada, a depender dos desdobramentos no Congresso.

Pouco antes do início da sessão, marcada para 14h, grupos de militantes peronistas, estudantes e sindicalistas começaram a se aproximar do prédio do Congresso, cercado por placas de metal desde a manhã estava. Além da polícia, havia forte presença da Gendarmeria (polícia federal e de fronteira).

Os embates começaram por volta do meio-dia. Enquanto os manifestantes atiravam pedras e garrafas, as forças de segurança respondiam com balas de borracha. Alguns dos que protestavam estavam encapuzados.

Apesar da violência, o impacto conjunto das ações foi menor do que na semana passada. Uma das razões foi o fato de uma juíza da capital ter acolhido o pedido de um deputado kirchnerista para impedir os policiais de usarem armas de fogo nos protestos.

À noite houve panelaços em bairros de classe média e alta de Buenos Aires, como Recoleta, Belgrano e Chacarita.

REFORMA DE PENSÕES

Enquanto isso, do lado de dentro do Congresso, os deputados da aliança governista Mudemos alcançaram o quórum para instalar o debate com apoio de partidos aliados. Só depois disso, entraram no recinto os esquerdistas e os kirchneristas, que tentavam, com sua ausência, inviabilizar a sessão. Ao ver que não foi possível, integraram-se a ela, afirmando que votariam contra a nova lei.

A reforma que o governo pretende aprovar é a do sistema pelo qual se calcula o reajuste de aposentadorias, pensões e o valor da Quota Universal Por Filho, uma espécie de bolsa família local criada durante os anos Kirchner (2003-2015).

No total, 17 milhões de argentinos recebem atualmente esse benefício e seriam afetados pelo novo cálculo. Hoje, ele é feito por meio de um conjunto de índices semestralmente. A proposta do governo é que o cálculo se baseie apenas na inflação e seja trimestral. Isso reduziria os ganhos desses beneficiários.

O governo defende, porém, que a medida de redução do gasto social é necessária para que o país volte a crescer.

Enquanto a agitação nas ruas começava a se dissipar no fim da tarde, dentro do Congresso o debate se alongava, com a perspectiva de entrar pela madrugada.

O objetivo do governo é obter a “meia sanção”, ou seja, a aprovação na Câmara, para que o projeto seja levado ao Senado, onde os peronistas são maioria. O governo busca capitalizar o sucesso nas urnas em 22 de outubro e aprovar as reformas logo

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