Segundo diretora da FPF, ‘crise pode nos ensinar a fazer futebol mais sustentável’
Assim como o mundo todo, o futebol também está em crise. A paralisação dos torneios futebolísticos desde a segunda quinzena de março só trouxe (infelizmente) impactos negativos. Clubes vivem tempos tenebrosos com corte de salários (funcionários e atletas) e de patrocínios. Federações e CBF unem-se nesse momento mais do que nunca. O objetivo é claro e comum: oferecer suporte aos clubes de futebol e dar a volta por cima dessa realidade, principalmente no ramo da economia.
A diretora da FPF, Aline Pelegrino, observa esse cenário atual como um momento de reflexão para fazer o futebol de um modo sustentável. “É um momento grande de reflexão. A mensagem é clara: a gestão tem que ser mais sustentável. É hora de fazer essa reflexão, entender melhor de onde vem e para onde vai o dinheiro. Dá pra ser mais sustentável”, declarou a ex-capitã da seleção brasileira e diretora de futebol feminino da entidade, em entrevista ao Blog Dibradoras.
O questionamento de Aline traz à tona que poucos clubes possuem recursos para sobreviver. Muitos deles não conseguem administrá-los, pois há pagamentos exacerbados a atletas renomados. Se todos os clubes tivessem o famoso ‘dinheiro sobrando’, definitivamente o estrago não seria tão grande.
“A crise evidencia, mais uma vez, um recado a todos do futebol: que você tem que gastar menos do que você arrecada. Ela pode nos ensinar a fazer futebol mais sustentável”, diz Aline, que também comentou sobre o impacto da paralisação no futebol feminino.
“Acredito que o futebol feminino num cenário desses pode se adaptar melhor. Porque sempre faltou (recurso). Nunca teve moeda na mesa. Então nisso a gente pode se adaptar melhor.” O futebol feminino, por exemplo, não sofrerá com perda de verbas da TV, até porque isso nunca existiu.
Muito menos com perda de venda de ingressos, pois a maioria dos jogos femininos são gratuitos. Mas, o que ainda bate na tecla é a perda de patrocínios e como clubes sobreviverão nessa guerra. Na última quarta-feira (22), a FPF realizou uma reunião exclusivamente com clubes femininos sobre o destino do Paulistão 2020, que estava marcado para começar no dia 12 de abril, mas foi interrompido devido à pandemia da covid-19.
A FPF irá avaliar qual a melhor alternativa para manter tudo o que estava planejado. Essa temporada seria a primeira em que a entidade ofereceria premiação para campeão e vice, além de uma verba para todos os times participantes (seriam distribuídos R$300 mil no total). Com a queda de arrecadação da Federação, a maior financiadora do torneio feminino, algumas mudanças serão feitas.
Cursos, palestras e atendimento psicólogo serão meios alternativos a serem oferecidos às equipes femininos em decorrência ao cenário atual. Ainda não se sabe ao certo o destino do futebol feminino e masculino. Essa incerteza assombra clubes, diretores e atletas. Já Aline Pellegrino opta por ser otimista durante a quarentena, trazendo um novo olhar para o futebol feminino. “Vamos passar por isso e vamos voltar mais fortes”, finaliza.
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