Colombianos encontram zika, dengue e chikungunya em um único paciente
Um grupo de infectologistas colombianos registrou pela primeira vez a ocorrência simultânea de dengue, chikungunya e zika em uma mesma pessoa. É o primeiro caso relatado de coinfecção por três dos vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.
O paciente, um homem de 49 anos não identificado, viajava constantemente para diversas regiões do país e provavelmente foi exposto aos diferentes vírus em diferentes áreas, dizem os médicos.
O caso registrado no município de Sincelejo, no norte do país, vem sendo discutido por especialistas deste o início do mês após publicação de um estudo do grupo na revista “Journal of Infection and Public Health”.
Segundo o artigo, liderado por Wilmer Villamil-Gómez, da Universidade de Cartagena, apesar de se tratar de um caso altamente preocupante, o homem foi medicado para controlar os sintomas e passa bem.
O homem buscou o hospital após ter passado quatro dias com febre de 38°C, conjuntivite e manchas avermelhadas nas costas e nos braços. Após serem submetidos a exames de anticorpos para detectar os três vírus, todos resultaram positivos.
Sem sinergia?
Além dos sintomas relatados pelo próprio paciente, os médicos ainda notaram avermelhamento dos gânglios linfáticos e inchaço nas pernas. Nenhum sintoma específico foi detectado como razão de interação entre os outros dois vírus, porém.
“Nenhum efeito sinergético dessas infecções virais foi observado porque o paciente não precisou de internação e se recuperou após procedimentos clínicos leves”, escreveram os médicos.
O relato chegou a provocar ceticismo por parte de outros grupos de médicos colombianos, porque testes de anticorpos não são capazes de diferenciar bem os vírus da dengue e do zika. Os cientistas, porém, relataram ter confirmado o caso por teste de material genético do zika.
Apesar de os médicos terem conseguido controlar os sintomas no paciente até a viremia passar, é possível que outros casos de múltipla infecção venham a sofrer complicações específicas, já que o prognóstico varia muito de paciente para paciente.
Os pesquisadores afirmam que é preciso ficar atento para a coinfecção daqui para a frente em áreas como Brasil e Colômbia, onde circulam três dos quatro vírus mais patogênicos transmitidos pelo Aedes aegypti. O quarto, vírus da febre amarela, está sob controle na região por campanhas de vacinação.
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