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Especialistas do Direito e da Saúde debatem a descriminalização do aborto

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Situações de dor, medo, mortes e muitas mulheres internadas por causa da prática clandestina do aborto. O assunto polêmico deve render muitas discussões no país nas últimas horas pois o Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá, nesta quarta-feira (7), se legalizará ou não o aborto em caso de feto com microcefalia.

Na noite de ontem, o tema foi abordado pelo programa Frente a Frente, apresentado pelo jornalista Heron Cid, na TV Arapuan. A  atração  recebeu  como participantes: o advogado Roosevelt Vita, o  psiquiatra José Brasileiro, a doutora  em saúde pública da Universidade Federal da Paraíba,  Waglania Mendonça e a presidente da Comissão dos Diretos da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Paraíba, Katiely Marques.

Katiely Marques chamou a atenção para o fato de que o aborto clandestino chega ser a 5ª causa de morte e de internação de  mulheres em período reprodutivo e cobrou que o homem também seja responsabilizado.

“Ninguém fala da criminalização do homem dentro desse contexto. A maioria delas não são mulheres que estão transando por ai de todo jeito. São donas de casa, que têm filhos, maridos, de todas as classes sociais”,  destacou a advogada acrescentando:

“Com a legalização do aborto vai diminuir o numero de mortes de mulheres. Eu não sou a favor do aborto, mas quero evitar que as  mulheres morram”, afirmou.

Roosevelt Vita lembrou que no Brasil já existe o “aborto terapêutico” e a votação de amanhã no STF será no sentido de ampliar  a exceção e aumentar o “direito e a dignidade das pessoas”.

“A questão da sexualidade e da dignidade da mulher não pode ser tratado como um caso de polícia. Mas não vai haver uma modificação da água para o vinho. Pelo histórico do STF, a tendência é a  flexibilização para garantir  o direito constitucional  de igualdade.  A tendência é seguir o pensamento de outros países que dão liberdade a mulher para fazer o que lhe convier”, afirmou.

O psiquiatra José Brasileiro citou  o sofrimento físico e psicológicos das  mulheres que abortam. Para ele, uma parte desses traumas vem do medo de serem punidas e execradas pela sociedade.

“Mulheres que sofrem pelo processo como esse aborto é feito. Muitas vezes forçadas, com medicamentos, sondas e de forma caseira.  Induzidas muitas vezes pelo companheiro”, afirma.

Já Vaglandia Mendonça alega que a academia precisa avançar mais no discurso, Segundo ela, o problema deixa de ser privado e torna-se um caso  sério de saúde que mata cerca de um milhão de mulheres  por ano.

“É um problema  que leva as mulheres a morrerem, sofrerem e terem sua saúde mental lesada. É um tabu para a mulheres  negras e da classe pobre. As ricas vão para outros países.  As pobres usam as praticas mais triste e horrendas  para provocar esse tipo de aborto. Isso é um problema sério que precisamos avançar para além da discussão moral”, afirmou.

Roberto Targino – MaisPB

O Pipoco

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