“Risco de contaminação é mínimo”, diz médico infectologista sobre casos de ataques com agulhas no São João
O risco de infecção de pessoas feridas por agulhas durante o São João de Campina Grande, em relação à possível contração dos vírus do HIV, hepatite B ou sífiles, é mínimo. A chance de contaminação equivale a menos de 0,3%, de acordo com o médico infectologista do Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande, Jaime Araújo explicou nesta terça-feira (12).
De acordo com o Hospital de Trauma de Campina Grande, até a noite desta terça-feira 23 pessoas foram atendidas após relatarem ter sido vítimas de ferimentos por agulhas do último sábado até o momento. Dezessete das vítimas são homens e seis, mulheres. Em algumas situações, as vítimas relataram ter observado seringas no momento que foram feridas.
Vírus não resiste em ambientes externos
Segundo o médico, a resistência desses vírus em ambientes abertos ou expostos à luz é de pouco tempo, o que diminui significativamente a chance de contaminação. “Apesar dessa situação, é importante que a vítima desse tipo de ataque procure o atendimento médico de imediato ou no período máximo de até 72 horas como ação preventiva. A chance de contaminação é de 0,3%, no entanto, se houver tratamento preventivo que inclui a realização de exames e indicação de medicamentos [uso do coquetel], o número reduz para quase zero. Não há motivos para pânico, é preciso apenas ter a informação correta e buscar o atendimento preventivo”, disse Jaime Araújo.
Segundo informação da direção do Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande, pelo menos 17 pessoas deram entrada na unidade desde o início do São João 2018 até a manhã desta terça-feira, todas vítimas de ataques de agulhas no Parque do Povo.
Tratamento
O procedimento de atendimento as vítimas desses ataques, segundo Jaime Araújo, é simples e rápido. “É importante dizer que o hospital de trauma é o mais adequado para esse tipo de situação por contar com especialistas de plantão 24 horas. Não há nenhuma dificuldade para atendimento, a vítima ao chegar aqui passa por uma consulta clínica, é encaminhada em seguida, para realização de testes rápidos do HIV, hepatite B e sífiles e depois é novamente avaliada em uma nova consulta observando o resultado dos exames. O procedimento da profilaxia [tratamento preventivo] acontece observando os exames, sendo recomendada a medicação mais adequada para cada caso”, disse o infectologista.
A medicação para o tratamento preventivo é fornecida gratuitamente. “O tratamento acontece durante quatro semanas com o uso da medicação e o paciente precisa realizar novos exames para avaliar a saúde do organismo. Os exames devem ser repetidos no período de 30, 60 e até 120 dias, para descartar totalmente a probabilidade do risco de infecção”, concluiu o médico Jaime Araújo
Serviços de acompanhamento
Além do Hospital de Trauma e Emergência, em Campina Grande, os exames [testes rápidos] podem ser feitos no Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), no Centro de Saúde Francisco Pinto, localizado na rua Venâncio Neiva, Centro da cidade.
Já o acompanhamento com médicos e equipe multiprofissional, incluindo, a distribuição da medicação necessária, deve ser buscado no Serviço de Assistência Especializada (SAE), na rua Siqueira Campos, 658, no bairro da Prata. Outras informações podem ser obtidas através dos telefones (83) 3310-7069 (CTA) ou (83) 3322-3272 (SAE).
JP