ONU nomeia representante especial para crise migratória da Venezuela
O Acnur (Alto Comissariado da ONU para os Refugiados) e a OIM (Organização Internacional para Migração), ambos ligados à ONU, anunciaram nesta quarta-feira (19) a indicação de um representante especial para lidar com a crise migratória venezuelana. O cargo será ocupado pelo ex-presidente da Guatemala Eduardo Stein (2004-2008).
Stein “trabalhará para promover o diálogo e o consenso necessários para a resposta humanitária, incluindo o acesso a territórios, a proteção aos refugiados, um estatuto regular e a identificação de soluções para refugiados e migrantes venezuelanos”, afirmou comunicado conjunto da OIM e do Acnur.
A indicação atende a um pedido da Colômbia, um dos principais destinos dos venezuelanos fugindo do país.
Na segunda, em Genebra, o chanceler colombiano, Carlos Holmes Trujillo, voltou a defender seu pedido e insistiu na “urgência de que se integre um fundo humanitário de emergência para fortalecer a capacidade orçamentária a fim de combater a referida crise”.
“Quanto antes melhor, porque a crise aumenta de uma maneira dramática a cada dia”, afirmou Trujillo após se encontrar com a comissária de direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet.
A Colômbia estima que mais de um milhão de venezuelanos entraram no país nos últimos dois anos, dos quais 820 mil regularizaram sua situação.
“Temo que esse número seja ainda maior, e nos preocupa muito a tendência esses números mostram, porque continuando assim estaremos falando de cerca de 4 milhões de venezuelanos fora de seu país até o fim do ano”, afirmou Trujillo.
O regime venezuelano nega a existência de uma crise humanitária que tenha provocado o fluxo migratório —de 1,6 milhão de pessoas desde 2015—, assim como considera que o êxodo aconteceu de forma voluntária.
O ditador venezuelano Nicolás Maduro afirmou a crise faz parte de uma “campanha mundial de difamação” para derrubá-lo.
No início de setembro, líderes de 11 países latino-americanos se reuniram em Quito, no Equador, e exortaram Maduro a aceitar ajuda humanitária com o objetivo de “descomprimir” a crise por trás do êxodo de venezuelanos.