O Ministério da Saúde criou um número de WhatsApp, (61) 99289-4640, para receber “informações virais” sobre coronavírus, que serão analisadas pelos técnicos do governo federal. Desde o início da divulgação dos casos da doença pelo mundo, foram recebidas 6.500 mensagens, das quais 90% eram relacionadas à nova doença. Dessas, 85% eram falsas. No site do ministério, as informações ganham um selo de fake news ou notícia verdadeira.
Na próxima semana, será lançado o aplicativo “Coronavírus SUS”, com dicas, telefones e a possibilidade de encontrar a unidade de saúde mais próxima. Também contará com um pequeno questionário, perguntando, por exemplo, se a pessoa tem febre ou veio de um país com transmissão do vírus. Isso servirá para dizer se a pessoa se enquadra como caso suspeito ou não.
Já a Polícia Civil do Rio anunciou ontem que a Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) investigará autores de fake news que disseminam mensagens no estado.
Infelizmente, em períodos de crise, algumas pessoas se aproveitam para difundir notícias falsas, provocando pânico ou tumulto na população — afirmou Delmir Gouvea, diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada. — Esse fato é tipificado criminalmente, é contravenção penal. A Polícia Civil já está atuando neste momento, fazendo pesquisa em redes abertas, e se precisar até em outras, com mandado judicial, para impedir que pessoas venham a praticar atos criminosos num momento tão delicado como esse.
Muitas das notícias falsas, algumas propagadas em forma de vídeo de supostos cientistas e pesquisadores, se referem a formas equivocadas de prevenção e cura da doença. O Ministério da Saúde adverte que não há vitaminas, medicamentos específicos, óleos essenciais ou vacinas que curem o coronavírus.
O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Edmar Santos, informou ontem que a suspeita de coronavírus foi descartada em dois turistas franceses que foram internados em Paraty, na Costa Verde. Segundo o secretário, 17 casos ainda estão sob suspeita no estado — 19 informados pelo Ministério da Saúde menos as duas suspeitas envolvendo os franceses.
Na abertura da entrevista coletiva na tarde desta sexta, o secretário da Casa Civil, André Moura, alertou para a importância de a população se informar com cautela sobre o vírus:
— Estamos vivendo uma onda de verdadeiras fake news sobre o coronavírus — observou.
O Brasil tem 182 casos suspeitos de coronavírus, de acordo com o boletim sobre o Covid-19 divulgado ontem pelo Ministério da Saúde. O levantamento aponta ainda que 71 suspeitas foram descartadas. Até agora há apenas um caso confirmado, de um brasileiro de 61 anos que esteve na Itália e está em quarentena dentro da própria casa.
Igreja Católica suspende aperto de mão
A Diocese de Nova Iguaçu, na Baixada, recomendou que, nas missas, sejam suspensos os apertos de mão e os abraços na entrada dos fiéis. A lista de orientações inclui a higienização das mãos dos celebrantes da comunhão, evitar o gesto de dar as mãos durante a oração do Pai Nosso; a supressão do abraço de paz, e que a hóstia seja recebida nas mãos pelos fiéis, e não diretamente na boca.
A inteção das medidas, propagadas por diversas arquidioceses e dioceses da Igreja Católica no país, visam evitar contágio do coronavírus durante as celebrações.
A Arquidiocese do Rio recomenda também que as paróquias disponibilizem recipientes de álcool gel para que os celebrantes higienizem bem suas mãos.