O ex-governador Ricardo Coutinho (PSB), apontado pelo Ministério Público da Paraíba (MPPB) como chefe de uma organização criminosa suspeita de desviar R$ 134 milhões de contratos do Estado com organizações sociais, se reuniu com conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) para apresentar um dossiê contra eles e familiares.
Os nomes dos integrantes da Corte que estiveram reunidos com Ricardo, porém, não foram revelados.
O encontro está relatado na nova denúncia apresentada pelo Gaeco contra Ricardo e outras seis pessoas no âmbito da Operação Calvário.
Segundo as investigações, o colaborador Daniel Gomes informou que como parte do esquema que mirava os conselheiros, liderado por Ricardo, o resultado do dossiê, com informações particulares dos servidores da Corte e familiares, incluindo crianças, foi apresentado aos conselheiros durante uma reunião que também contou com a presença de Coutinho e do ex-procurador Gilberto Carneiro.
“Fica evidente que o predito relatório se transveste de grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio da empresa criminosa gerida por RICARDO COUTINHO contra as autoridades do Tribunal de Contas, com o fim de intervir em procedimento administrativo gestado por aquele órgão”.
Ainda de acordo com a denúncia, após a reunião ficou constada a mudança de postura do TCE contra o Estado, que antes era tido como agressiva.
“A começar pelo número ele auditorias sofridas pela CVB-RS que penou, drasticamente, uma redução passando a ser realizadas a cada dois anos. Outra mudança sensível depois de divulgado o resultado da investigação privada aos membros do TCE-PB, foi a retirada do auditor Richard Euler do comando das auditorias realizadas no HEETSHL (Hospital de Emergência e Trauma). Além disso, ainda como resultado da conclusão das investigações, verificou-se que os procedimentos relacionados ao Hospital de Trauma passaram a ter uma tramitação diferente, ou seja, bem mais lenta, portanto, o que acabou retardando, em muito, a identificação de irregularidades e, por consequência, a adoção de providências sob o pálio daquela Corte de Contas”.
Wallison Bezerra – MaisPB