‘O próximo governo não pode derrubar este muro’, diz Trump na fronteira com o México
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (12) na cidade texana de Alamo que a obra do muro na fronteira do México está concluída e pediu que o próximo governo, do eleito Joe Biden, não desfaça a construção.
“O próximo governo não pode derrubar este muro”, afirmou.
A obra do muro foi uma das promessas de Trump durante a campanha de 2016. O republicano, inclusive, anunciou que construiria uma barreira física na fronteira com o México logo no primeiro discurso como pré-candidato, em 2015.
Trump argumentou que, com o muro, aumentou a segurança na fronteira sul dos EUA. “Antes, não havia segurança”, afirmou.
O presidente também argumentou que “terroristas do Oriente Médio” estavam entrando nos EUA pelo México, sem dar maiores detalhes. “Se revertermos a proteção às fronteiras, será péssimo para o país”, disse Trump.
Embora polêmica — até por não ter evitado a chegada de caravanas de migrantes da América Central entre 2018 e 2020 —, a obra é apontada como um dos fatores que levaram ao aumento da popularidade de Trump nos condados da fronteira. Nesses locais, o republicano ampliou sua votação em 2020, a despeito da derrota eleitoral para Biden.
Trump critica pedido de impeachment
No discurso, Trump rejeitou os pedidos de destituição apresentado por democratas e avalizado inclusive por parlamentares republicanos após a invasão ao Capitólio por apoiadores extremistas do presidente, que não aceitaram a derrota na eleição.
“O impeachment é a continuação de algo que está provocando muita dor e divisão neste país”, afirmou Trump.
A Câmara dos Representantes, que tem maioria democrata, pretende votar o impeachment já nos próximos dias, antes da posse de Biden, marcada para 20 de janeiro. A incógnita é se o Senado terá tempo para julgar Trump antes da data, e se haverá apoio suficiente de republicanos para se chegar aos dois terços necessários para cassar o mandato do presidente.
Trump ainda criticou a remoção de sua conta e de outros apoiadores das plataformas digitais como Twitter, também por, na interpretação das empresas, incitar os atos violentos em Washington.
“A livre expressão está sendo agredida como nunca antes”, disse Trump.