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Pazuello diz agora que ministério orienta ‘atendimento precoce’ e não ‘tratamento precoce’

eduardo_pazuello_programa_brasil_em_pauta24122000860-1280x720-1 Pazuello diz agora que ministério orienta 'atendimento precoce' e não 'tratamento precoce'

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou na tarde desta segunda-feira (18) durante coletiva de imprensa no Palácio do Planalto que o ministério orienta os pacientes de Covid-19 a buscar “atendimento precoce” — e não “tratamento precoce”.

Neste domingo (17), ao aprovar o uso emergencial de duas vacinas, integrantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmaram que não há tratamento para a doença.

“Temos divulgado desde junho o atendimento precoce. Não confundam atendimento precoce com que remédio tomar. Não coloquem isso errado. Nós incentivamos e orientamos que a pessoa doente procure imediatamente um médico. Que o médico faça o diagnóstico. Esse é o atendimento precoce. Que remédios vai prescrever, isso é foro íntimo do médico. O ministério não tem protocolos com isso, não é missão do ministério definir protocolo”, declarou Pazuello.

Segundo Pazuello, “atendimento é uma coisa, tratamento é outra”. “Como leigos, às vezes falamos o nome errado. Mas temos que saber exatamente o que queremos dizer: atendimento precoce”, declarou.

O ministro afirmou que nunca autorizou o Ministério da Saúde a fazer protocolo que indicasse tratamento. “A senhora nunca me viu receitar ou dizer para as pessoas tomarem este ou aquele remédio”, respondeu a uma repórter.

Bolsonaro costuma defender o que chama de “tratamento precoce”, com o uso de medicamentos como hidroxicloroquina e ivermectina, mesmo sem evidências científicas de que substâncias como essas sejam eficazes no tratamento da Covid.

Na última sexta-feira (15), ele voltou a defender o “tratamento precoce”. “Estudos clínicos demonstram que o tratamento precoce da Covid, com antimaláricos, podem reduzir a progressão da doença, prevenir a hospitalização e estão associados à redução da mortalidade”, escreveu Bolsonaro em sua conta no Twitter.

Algumas horas após a postagem, a rede social colocou uma marcação na mensagem do presidente, explicando que o conteúdo violou regras do Twitter sobre a publicação de informações enganosas e potencialmente prejudiciais sobre a Covid-19. O mesmo procedimento foi adotado no último sábado pelo Twitter em relação a uma postagem do Ministério da Saúde.

No dia anterior, durante transmissão ao vivo por uma rede social sobre a crise da saúde pública em Manaus — da qual participou ao lado de Bolsonaro — Pazuello apontou a ausência de tratamento precoce como uma das causas da explosão de casos de Covid na capital do Amazonas.

Na ocasião, Bolsonaro, sentado ao lado do ministro, defendeu para fins preventivos o uso de hidroxicloroquina, ivermectina, nitazoxanida, zinco e vitamina D, substâncias para as quais não há comprovação científica de eficácia contra a Covid, mas que, no entendimento do presidente, têm comprovação “observacional”.

Em outubro, estudo liderado pela Organização Mundial de Saúde em mais de 30 países apontou a ineficácia do uso da hidroxicloroquina e outras três substâncias no tratamento da Covid-19.

Em maio, Bolsonaro anunciou a assinatura por Pazuello de um protocolo sobre o uso da hidroxicloroquina no enfrentamento do novo coronavírus.

Em setembro, durante a posse de Pazuello como ministro da Saúde, após três meses e meio como interino, o presidente se referiu a si mesmo como “doutor Bolsonaro” e fez propaganda da hidroxicloroquina exibindo uma caixa do medicamento à plateia.

Em 21 de maio, com Pazuello à frente da pasta como ministro interino, o Ministério da Saúde divulgou uma nova versão de um documento técnico no qual recomenda que médicos receitem cloroquina e a hidroxicloroquina mesmo em casos leves de Covid-19.

G1

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