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Vacina experimental de Cuba tem 62% de eficácia em ensaios clínicos

vacina_soberana_cuba-599x400 Vacina experimental de Cuba tem 62% de eficácia em ensaios clínicos

A vacina experimental contra o coronavírus Soberana 02, desenvolvida pelo IFV (Instituto Finlay de Vacinas) de Cuba, mostrou uma eficácia de 62% na análise preliminar da terceira fase de ensaios clínicos, relataram neste sábado (19) os cientistas responsáveis pela pesquisa.

O diretor do IFV, Vicente Vérez, declarou em pronunciamento na televisão estatal que a porcentagem foi obtida da análise intermediária dos resultados em voluntários que receberam duas doses da Soberana 02 com 28 dias de diferença.

A fórmula, uma das cinco que estão sendo pesquisadas em Cuba, é uma vacina conjugada de subunidade, tradicionalmente muito segura, que combina o antígeno do vírus e o toxoide do tétano para estimular a resposta do sistema imunológico.

Os cientistas do IFV disseram que, nos próximos dias, solicitarão autorização para o uso emergencial da Soberana 02 ao CECMED (Centro de Controle Estatal de Medicamentos, Equipamentos e Dispositivos Médicos), o órgão regulador na ilha.

Uma vez aprovada para uso emergencial, a Soberana 02 adquiriria oficialmente a categoria de vacina e se tornaria a primeira contra a covid-19 desenvolvida na América Latina.

O resultado anunciado hoje foi obtido por um comitê científico interdisciplinar independente, com profissionais do Instituto Pedro Kourí de Medicina Tropical, do Centro de Imunologia Molecular e do Ministério de Saúde Pública.

Falta agora ser publicado o resultado do segundo esquema utilizado nos ensaios clínicos, que consiste em duas doses de Soberana 02 e uma dose de Soberana Plus.

A terceira fase de testes clínicos da vacina experimental, realizada inteiramente em Havana com um protocolo duplo-cego e grupo placebo, incluiu 44.010 voluntários de 19 a 80 anos de idade.

Uma terceira fase de estudos também foi realizada em paralelo no Irã, sob um acordo com o Instituto Pasteur do país persa, que acaba de anunciar que, no início da próxima semana, poderia autorizar seu uso emergencial.

Cuba tem uma segunda vacina experimental na última fase de testes clínicos, a Abdala, desenvolvida pelo Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia, cuja eficácia também se espera que seja conhecida em breve.

Tanto a Soberana 02 como a Abdala já foram administradas em dezenas de milhares de cubanos como estudos de intervenção sanitária e em paralelo aos ensaios clínicos.

A ilha, que não adquiriu imunizantes estrangeiros, está passando desde janeiro por sua terceira e pior onda de infecções pelo vírus que provoca a covid-19. Até agora, foram registadas 166.368 infecções e 1.148 mortes pela doença.

R7

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