Enfermeira japonesa é condenada à prisão perpétua por matar pacientes com desinfetante na veia
Uma ex-enfermeira foi condenada à prisão perpétua nesta terça-feira por matar pacientes com desinfetante na veia. O caso ocorreu no Japão há cinco anos e chocou o país. Ayumi Kuboki, de 34 anos, admitiu ter cometido o crime contra pacientes entre 70 e 80 anos no hospital Oguchi, em Yokohama.
Para a polícia, a mulher disse que 20 pessoas teriam sido mortas com o produto em apenas dois meses. Posteriormente, voltou atrás e informou aos promotores que não poderia comentar sobre essa afirmação durante o julgamento. Uma pena de morte chegou a ser considerada, mas a Corte tomou outra decisão.
— Ela disse que se arrepende (de suas ações) e quer pagar por seu crime. Há uma chance de que ela seja reformada, e eu não pude deixar de hesitar em escolher uma sentença de morte — disse o juiz, segundo a emissora pública NHK.
Em defesa, os advogados da enfermeira alegaram que ela sofria de depressão devido ao estresse causado pela morte de pacientes. No tribunal, Kuboki alegou que não queria ser culpada por familiares quando algo de errado acontecesse em seu turno, e se sentiu “aliviada” quando uma das vítimas morreu, informou a NHK.
Em um período de três meses, pelo menos 48 pacientes morreram de forma atípica. Na ocasião, a polícia passou a investigar o caso após encontrar nas vítimas traços de cloreto de benzalcônio — substância química presente no desinfetante usado para limpar a enfermaria. Entretanto, no início das investigações, em 2016, policiais admitiram ser difícil estabelecer a causa de todas as mortes suspeitas já que corpos já haviam sido cremados.
Na época da prisão, ex-colegas se disseram chocados com o envolvimento de Ayumi no assassinato dos pacientes. A enfermeira começou a trabalhar no hospital em 2015.
— Nós não fazíamos ideia de que ela era uma funcionária problemática — disse um funcionário do Oguchi.
Uma profissional que trabalhou com Ayumi em outro hospital disse que era difícil saber o que se passava na vida da enfermeira, mas ela era “considerada competente”.
O Globo