Paraíba

Tripla jornada de paraibanas é uma das mais sobrecarregadas do país e mulheres dedicam 11 horas a mais do que homens ao lar

bigstock-mother-with-baby-in-kitchen-46438867-1180x472-1-599x400 Tripla jornada de paraibanas é uma das mais sobrecarregadas do país e mulheres dedicam 11 horas a mais do que homens ao lar

Ao analisar especificamente as mulheres, na Paraíba, a pesquisa indica que a taxa de realização de afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parente era maior no grupo das pardas (90,7%) e pretas (90,5%), sendo menor a taxa das brancas. (Foto: reprodução)

Na Paraíba, em 2022, as mulheres de 14 anos ou mais dedicaram cerca de 23,9 horas semanais aos afazeres domésticos ou às tarefas de cuidado de pessoas, de acordo com o módulo Outras formas de Trabalho, da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C), divulgado nesta sexta-feira (11), pelo IBGE. A carga horária foi a 6ª maior do país para pessoas do sexo feminino, ficou acima das médias nacional (21,3) e regional (23,5) do grupo e foi quase o dobro da empreendida pelos homens no estado (12,4).

Cerca de 2,6 milhões de pessoas realizaram afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parente, no estado. Dessas, 1,4 milhões eram mulheres. A taxa paraibana de realização dessas atividades, ou seja, a proporção daquelas que realizaram este tipo de trabalho no total de pessoas com 14 anos ou mais de idade, foi de 81,4%. O indicador ficou um pouco acima da média do Nordeste (81,1%), mas abaixo da do Brasil (85,4%).

Além disso, a taxa estadual era bem mais forte junto ao grupo feminino (90,1%), do que ao masculino, que apresentou uma taxa de 72%, a 5ª menor do país para homens. Era mais acentuada entre as pessoas pardas (82,4%), seguidas pelas pretas (81,3%) e pelas brancas (79,5%). Em relação à faixa-etária, era mais intensa entre os que tinham de 25 a 49 anos (87%), seguidos pelos de 50 anos ou mais (78,6%), e era menor entre os de 14 a 24 anos (72,5%).

Ao analisar especificamente as mulheres, na Paraíba, a pesquisa indica que a taxa de realização de afazeres domésticos no próprio domicílio ou em domicílio de parente era maior no grupo das pardas (90,7%) e pretas (90,5%), sendo menor a taxa das brancas (88,9%). No grupo feminino, a taxa era mais forte entre aquelas que tinham o ensino médio completo e o superior incompleto (93,9%), enquanto, entre os homens, isso ocorria entre os que tinham o superior completo (80,4%).

Já ao investigar os tipos de afazeres domésticos, a PNAD Continua identificou que a única atividade em que a proporção de homens que a realizam foi maior que a de mulheres foi a de fazer pequenos reparos ou manutenção do domicílio, do automóvel de eletrodomésticos ou outros equipamentos. Nesse caso, o percentual era de 62,4%, enquanto entre as mulheres era de 32,7%.

Por outro lado, em atividades como preparar ou servir alimentos, arrumar a mesa ou lavar a louça; e cuidar da limpeza ou manutenção de roupas e sapatos, as proporções de mulheres que executaram essas tarefas, de 95,4% e 92,4%, respectivamente, equivalem a quase o dobro dos percentuais observados entre os homes, de 51,7% e 51,9%.

Em relação às tarefas de cuidados e moradores do domicílio ou parentes não moradores, o levantamento aponta que a taxa de realização paraibana, entre as pessoas de 14 anos ou mais de idade, foi de 32,8%, em 2022. O número ficou acima das médias brasileira (29,3%) e regional (30,1%) e, entre todas as unidades da federação, foi o 6º maior.

Esse indicador era bem mais alto entre as mulheres (39,8%) do que entre os homens (25,4%). Também era mais intenso entre as pessoas pardas (34,7%), do que entre as pretas (33,9%) e brancas (28,7%) e tinha maior expressividade no grupo daqueles de 25 a 49 anos de idade (43,8%), do que no de 14 a 24 anos e de 50 anos ou mais (17,9%).

Próprio consumo
Na Paraíba, a taxa de realização de produção para o próprio consumo, entre as pessoas de 14 anos ou mais, foi de 11%, superior às constatadas na média do Brasil (6,8%) e do Nordeste (9,6%). O indicador estadual era maior entre homens (13,5%) do que entre mulheres (8,6%).

Ao analisar o nível de instrução, o estudo aponta que a taxa paraibana era bem mais alta no grupo das pessoas que não tinham instrução ou contavam apenas com o ensino fundamental incompleto (21,5%). Além disso, era maior entre as pardas (11,8%), do que entre pretas (10,1%) e brancas (9,8%). De modo geral, a maioria das pessoas que realizou esse tipo de atividade afirmou que tinha como tipo de produção o cultivo, a pesca, a caça e criação de animais (84%).

Trabalho voluntário
Conforme a PNAD Contínua, cerca de 92 mil pessoas de 14 anos ou mais realizaram, em 2022, algum tipo de trabalho voluntário na Paraíba, com uma taxa de participação de 2,9%. Desse contingente, cerca de 61,4% eram mulheres, ao passo que os outros 38,6% eram homens.

Já a taxa de realização dessa atividade, no total das pessoas de 14 anos ou mais, era de 3,2% entre os que tinham 25 a 49 anos e de 2,6% junto aos de 14 a 24 anos e de 50 anos ou mais. Em relação ao nível de instrução, a pesquisa indica que, quanto mais alto, maior a taxa. Entre aqueles que tinham o superior completo era de 6,4%, entre os que tinham o médio completo e o superior incompleto era de 4,1%, no grupo dos que tinham o fundamental completo e médio incompleto era de 2,3% e no dos que eram sem instrução ou tinham o fundamental incompleto era de 1,4%.

Quanto à frequência dessa atividade, a maior parcela (45,6%) a realizava quatro ou mais vezes por mês. Aproximadamente 19,6% executavam duas ou três vezes por mês, 18% eventualmente ou sem frequência definida e 16,9% uma vez por mês.

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