Planeta do tamanho da Terra, considerado ‘potencialmente habitável’, é descoberto a 40 anos-luz de distância; veja imagens
Estudantes da Universidade do Sul de Queensland, na Austrália, e da Universidade de Edimburgo, na Escócia lideraram a descoberta de um planeta do tamanho da Terra, potencialmente habitável e a apenas 40 anos-luz de distância. A equipe internacional que publicou a pesquisa na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, e recebeu colaboração da Nasa.
Além de estar documentada no artigo, uma equipe de astrônomos japoneses publicou simultaneamente uma investigação no Astrophysical Journal Letters sobre o mesmo planeta, dizendo: “A descoberta de um planeta semelhante a Vênus em torno de uma estrela no vizinhança do Sistema Solar aumenta a esperança de que os astrônomos possam algum dia desvendar o segredo da razão pela qual a vida apareceu na Terra.”
Shishir Dholakia, doutorando em astrofísica na Universidade do Sul de Queensland, na Austrália, descreveu ao The Guardian, como ocorreu a descoberta do planeta, que foi denominado Gliese 12b.
— Fizemos os cálculos do verso do envelope — disse ele. — Descobrimos que provavelmente é do tamanho da Terra, o clima é temperado e está muito, muito próximo. No espaço de um dia, pensamos: ‘Temos que escrever isso. Isso é algo muito legal. Poderia estar à temperatura certa para a água líquida se acumular na superfície. O que é importante, porque pensamos que os planetas são potencialmente habitáveis se puderem ter água líquida sobre eles.
Gliese 12b é do tamanho da Terra ou um pouco menor, como Vênus. E a temperatura de sua superfície é estimada em 42ºC. A sua órbita de 12 dias gira em torno de Gliese 12, uma anã vermelha fria na constelação de Peixes. O planeta tem cerca de um quarto do tamanho do Sol, com aproximadamente 60% da temperatura da sua superfície.
— Está a apenas 40 anos-luz de distância, e isso pode não significar que possamos realmente chegar até lá em um futuro próximo, mas significa que podemos apontar para ele os maiores telescópios espaciais do mundo e entender como é sua atmosfera”, disse Dholakia ao The Guardian.
A descoberta pode facilitar estudos sobre o próprio sistema solar e como a Terra e Vênus se transformaram em planetas tão diferentes, apesar das condições similares.
— A Terra e Vênus são exemplos clássicos de como uma atmosfera pode alterar a superfície de um planeta. Portanto, a Terra é um refúgio para a vida como a conhecemos e Vênus é quente o suficiente para derreter chumbo na sua superfície — descreveu o pesquisador. — E a diferença entre estes dois planetas deve-se em grande parte ao fato de Vênus ter uma atmosfera muito hostil. Portanto, pensamos que este planeta, que está mesmo entre a Terra e Vênus em termos da quantidade de luz que recebe do seu Sol, poderia realmente preencher a lacuna, e nos ajudar a compreender porque é que os dois planetas são tão diferentes.
Ajuda da Nasa
A Nasa usa um satélite de pesquisa de exoplanetas em trânsito – o Tess – para observar as mudanças de brilho de dezenas de milhares de estrelas para capturar “trânsitos” – “breves e regulares escurecimentos de estrelas causados pela passagem de mundos em órbita”, de acordo com seu site.
É mais fácil detectar planetas do tamanho da Terra orbitando anãs vermelhas porque, sendo uma estrela menor, o escurecimento do trânsito é maior, e a massa mais baixa significa que o planeta em órbita produz uma maior “oscilação” ou “movimento reflexo” na estrela.
A Nasa disse que Gliese 12b é um bom candidato para estudos adicionais usando o telescópio espacial James Webb.
Um proeminente astrônomo norte-americano disse estar certo de que há um novo planeta à espreita ainda mais perto de casa. A ABC informou na última sexta-feira que um professor de astronomia planetária do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Michael Brown, disse que não via como poderíamos ter um sistema solar “sem o Planeta Nove”.
Durante anos ele disse que os caminhos peculiares de vários objetos ao redor de Netuno mostram a atração gravitacional de outro planeta – mas ninguém foi capaz de encontrá-la.
Num novo estudo – ainda não revisto por pares – Brown e a sua equipa realizaram simulações e concluíram que havia uma probabilidade de uma em um milhão de o Planeta Nove não existir.
COM INFORMAÇÕES GLOBO