Paraibano paga 50% de impostos em cada litro de combustível abastecido
Cerca de 50% do preço de cada litro de combustível abastecido pelos paraibanos é de impostos. A revelação é do presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetro-PB), Omar Hamad Filho, que, nesta sexta-feira (23), voltou a criticar a forma como tem sido discutida a atual política de preços do setor pelo governo federal.
“É precipitada a conclusão de que uma diminuição do preço da gasolina pura, anunciada pela Petrobras, implica diminuição, no mesmo porcentual, do preço cobrado do consumidor, uma vez que a questão está na alta carga tributária sobre o setor”, declarou o presidente.
Hamad Filho informou que o preço médio da gasolina estabelecido pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é de R$ 4,09, sendo metade dele só de impostos, como PIS, Cofins, ICMS e Cide. “Vale salientar que na composição do preço da gasolina C, que é a consumida nos postos, apenas 30% é relativo à gasolina A, que é a vendida pela Petrobras às distribuidoras, 12% é relativo ao álcool anidro adicionado no combustível, 44% são os impostos, restando 14% de lucro bruto para ser distribuído entre distribuidoras, transportadora e postos revendedores. E ainda assim é o posto que é o vilão da história?”, questionou.
“Cada litro de gasolina ou diesel vendido no Brasil tem seu preço composto basicamente por cinco parcelas distintas: preço de aquisição do produto, tributos, logística (fretes, armazenagem e manuseio), remuneração dos distribuidores e remuneração dos revendedores”, acrescenta ao completar: “cada Estado tem alíquotas de ICMS distintas e a Paraíba, por exemplo, é uma das mais caras, 30%”, adicionou o presidente do Sindipetro-PB.
Omar Hamad avaliou que, em porcentagem aproximada, o peso da gasolina sem etanol sobre o preço final do combustível é de 30%”. Assim, se, hipoteticamente, conforme registrou, “o litro da gasolina tem o preço ao consumidor de R$ 4,00 e a Petrobras oferece um desconto de 5% sobre o seu produto, esse desconto, se passado integralmente para o consumidor, será de 5% sobre R$ 1,20 (30% do preço final, que é o componente da gasolina pura neste preço final de R$ 4,00). O desconto será de R$ 0,06 e não de R$ 0,20, como alguns podem interpretar”, finalizou.
O alto valor pago em impostos também influencia no preço de outros combustíveis de automóveis, assim como do gás de cozinha. Confira tabela abaixo:
Tributos Federais (CIDE + PIS/COFINS) | Tributo Estadual (ICMS) | CIDE + PIS/COFINS + ICMS | Preço na Refinaria | Preço médio de venda | Diferença | |
Gasolina | 0,652 | 1,186 | 1,837 | 1,514 | 3,974 | 0,623 |
Etanol | 0,242 | 0,718 | 0,960 | 1,566 | 3,006 | 0,480 |
Diesel S500 | 0,471 | 0,604 | 1,075 | 1,736 | 3,305 | 0,494 |
Diesel S10 | 0,471 | 0,623 | 1,094 | 1,736 | 3,415 | 0,585 |
Fonte: Petrobras/Procon-JP
Gás de cozinha (R$)
Tributos Federais (CIDE + PIS/COFINS) | Tributo Estadual (ICMS) | CIDE + PIS/COFINS + ICMS | Preço na Refinaria | Preço médio de venda | Diferença | |
Botijão 13kg | 2,18 | 12,20 | 14,38 | 23,16 | 70 | 32,46 |
Fonte: Sindigás
*Com texto de Érico Fabres, do Jornal Correio da Paraíba.