O cordel “Mulher nordestina”, de João Nascimento, ensina: “A mulher nordestina / enfrenta qualquer disputa / jamais foge da luta / não tem medo do perigo / igual Maria Bonita / de uma coragem infinita / não teme nenhum castigo”. Baiana da cidade de Pojuca, Amanda Nunes provou na madrugada deste domingo que as palavras do poeta não poderiam ser mais verdadeiras. Lutando sem medo, com total domínio das ações no octógono montado no Rio de Janeiro, a campeã peso-galo do UFC impôs sua maior categoria e nocauteou Raquel Pennington aos 2m36s do quinto round, cumprindo a promessa de manter o cinturão no Brasil.
– Eu nunca lutei com uma amiga. Essa foi a primeira vez. Eu respeito demais essa mulher. Essa foi a coisa mais difícil que fiz na minha carreira. Tive que fazer isso para defender o cinturão, que era o meu maior sonho. Vamos tomar uma cerveja juntas como amigas hoje à noite. Obrigada a todos que vieram hoje aqui. Foi muito importante para mim ontem, no palco da pesagem. Foi surreal, eu nunca senti nada disso. Eu moro lá fora, mas eu defendo a bandeira do Brasil. Saí para buscar um sonho. Feliz dia das mães. Dona Ivete, amanhã eu viajo e vamos fazer a festa. É tudo nosso! – disse a campeã, não contendo as lágrimas.
A luta
A luta começou com a brasileira aplicando um chute fortíssimo nas pernas da americana, que caiu e se levantou rapidamente. Amanda Nunes pressionava Raquel Pennington na grade, e desferia chutes que magoavam as pernas da desafiante. Jogando nos contragolpes, a americana levava algum perigo à campeã, que mantinha a pressão e tomava a iniciativa da luta. Pennington não se movimentava muito, facilitando a conexão dos golpes de Amanda. A baiana manteve o domínio do round até o intervalo.
G1